Ao longo da evolução da sociedade, mudanças ocorrem, algumas salutares e vantajosas, outras nem tanto, ou mesmo preocupantes. Nessa época que estamos vivendo, como não podia deixar de ser, tudo isso acontece, mas com uma grande diferença, devido à introdução de novas e fantásticas tecnologias, e com alta velocidade. E é claro que o impacto maior é na infância e juventude, que nasceram e estão imersas de modo intenso nesse novo ambiente.
Daí procurei colocar nos dois “Engenharia em Pauta” anteriores algumas das novas tendências que se entremostram no comportamento da infância e adolescência nesses tempos que correm. Procurei focar nas que, em minha opinião, são mais marcantes…
Claro que tudo isso nos preocupa, pais, responsáveis, professores, avós e parentes, pois, como sempre acontece, é um quadro novo, que se choca bem de frente com a época em que éramos crianças e jovens, não? A pergunta básica e universal é “o que fazer”?
Longe de mim a pretensão de resolver essa questão de modo definitivo – impossível, pois depende de cada um de nós e de cada caso a considerar. No entanto, gostaria de fornecer nessas páginas algumas considerações que podem ajudar, obtidas de muita leitura, observação e experiência de pai e avô, esta naturalmente entremeada de acertos e erros…
Começaria então com a apresentação do belo poema de Gibran Khalil Gibran (1883 – 1931), famoso ensaísta, prosador, poeta, conferencista e pintor de origem libanesa, poema este que poderá nos ajudar a refletir sobre alguns paradigmas que nós, adultos, naturamente vivenciamos e que às vezes nos impedem de assumir uma educação mais real e viva em relação aos nossos queridos jovens e crianças. Ao percorrer suas lindas linhas, com atenção, reconheceremos alguns destes paradigmas…
Aí está o famoso poema:
Vossos filhos não são vossos filhos…
Vossos filhos não são vossos filhos.
São os filhos e as filhas da ânsia da vida por si mesma.
Vêm através de vós, mas não de vós.
E embora vivam convosco, não vos pertencem.
Podeis outorgar-lhes vosso amor, mas não vossos pensamentos,
Porque eles têm seus próprios pensamentos.
Podeis abrigar seus corpos, mas não suas almas;
Pois suas almas moram na mansão do amanhã,
Que vós não podeis visitar nem mesmo em sonho.
Podeis esforçar-vos por ser como eles, mas não procureis fazê-los como vós,
Porque a vida não anda para trás e não se demora com os dias passados.
Vós sois os arcos dos quais vossos filhos são arremessados como flechas vivas.
O arqueiro mira o alvo na senda do infinito e vos estica com toda a sua força
Para que suas flechas se projetem, rápidas e para longe.
Que vosso encurvamento na mão do arqueiro seja vossa alegria:
Pois assim como ele ama a flecha que voa,
Ama também o arco que permanece estável.
Lindo, mas provocante, não? Vamos estar com ele em mente nos próximos “Engenharia em Pauta”? Até lá, então…
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