Estranhamente, depois que o escrevi, não gostei do título deste “Engenharia em Pauta”… No entanto vou mantê-lo, cara leitora, caro leitor, porque exprime, de forma aproximada, pensamentos que tenho tido, conversando com muitas pessoas e lendo os noticiários e outras matérias, sob forma de artigos, etc. E me consolo, pois sempre considerei que cada tempo é o seu próprio tempo, com suas alegrias, vantagens, vicissitudes e problemas… Portando, deve ser “meditado” dentro de sua realidade, sem saudosismos ou visões distópicas…
Pois bem, nessas conversas e leituras, posso constatar, por exemplo, críticas e elogios quanto à utilização das redes sociais, esperanças e medos em relação à Inteligência Artificial, robótica, e outras tecnologias disruptivas com as quais já estamos convivendo. E daí?
Em minha opinião, o que é preciso é aprender o que elas são e o que podem fazer, e não ser escravo das mesmas, mas sim utilizá-las apenas no que nos for conveniente e útil; e aí poderemos eliminar os pontos negativos e melhorar nossa qualidade de vida com os positivos. A decisão é nossa…
Um exemplo: em sua antológica obra “A Quarta Revolução Industrial” (1), Klaus Schwab considera, baseado em sérias pesquisas, que em 2025 cerca de 80% das pessoas terão presença digital na internet. Que legal! Quantas oportunidades então se apresentarão, em nível mundial, na comunicação interpessoal e empresarial, na educação, etc. Fantástico! Na realidade já temos mais liberdade de expressão, mais facilidade de obter informações úteis e compartilhá-las, maior facilidade em nosso dia a dia como, por exemplo, em operações bancárias, relações com órgãos públicos, etc. E assim por diante, e você já percebe e usa tudo isto!
Mas, agora temos que pensar no outro lado da moeda: como estão sendo utilizados os nossos dados pessoais, ou fornecidos voluntariamente por nós em aplicativos, etc., ou mesmo coletados sem que o saibamos por algoritmos extremamente sofisticados, e que se comunicam entre si? E se estes dados estiverem sendo “vendidos” ou utilizados para direcionar nosso modo de pensar ou de “sobreviver” na sociedade de consumo? E ainda mais: em uma sociedade digital, quem detém os dados detém o poder, como na Idade Média quem tinha terra (os nobres…) tinha o poder… Já pensou nisto? E como utilizarão tal poder? E nossa privacidade? Poderá estar sendo esmiuçada por “hackers” que invadem redes sociais, ou mesmo seus dispositivos caseiros, tais como câmeras internas em nossas residências, e interligadas com nossos celulares? Também vemos condições de “bulliyng” digital, utilização de “fake news” com objetivos não tão claros, e que estão até alterando regimes políticos há muito tempo vigentes, e criando polarizações muito danosas… E também temos que considerar que estamos deixando para trás uma enorme “trilha digital”, que pode ser rastreada com facilidade, para utilização fora de nosso conhecimento ou controle…
Pense um pouco nisto tudo, cara leitora, caro leitor, e tenho certeza de que descobrirá (ou mesmo tenha vivido…) outros problemas em potencial… Não, não sou saudosista e nem contra a tecnologia: eu a utilizo de modo pleno e acho genial! Mas, procuro descobrir nela apenas o que de fato pode suprir minhas reais necessidades e oportunidades de aumentar meu conforto e qualidade de vida.
E vamos curtir, sabiamente, tudo o que temos de bom nestes tempos modernos!
Referência:
- SCHWAB, K. “A Quarta Revolução Industrial”. São Paulo: Edipro, 2016. 159 p.
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