Há dois anos, as usinas hídricas detinham mais de 60% da matriz elétrica brasileira, mas agora, representam menos da metade (49,9%) da capacidade instalada no país, evidenciando uma crescente divisão do protagonismo com outras fontes de energia limpa, conforme revelam dados recentes do boletim mensal da ABSOLAR (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica).
A redução de mais de 10% na participação das usinas hídricas na matriz elétrica brasileira em um curto período de tempo está diretamente relacionada à expansão das usinas fotovoltaicas, tanto na geração distribuída quanto centralizada, e ao crescimento dos empreendimentos de geração eólica.
Nos últimos doze meses, a energia solar aumentou sua participação na matriz elétrica de 10,2% para 15,8%, adicionando aproximadamente 13,5 GW à capacidade instalada, atingindo um total de 34,8 GW. Enquanto isso, a energia eólica registrou um crescimento mais moderado, passando de 11% para 12,2%, totalizando quase 27 GW de capacidade instalada no Brasil.
Mapa da matriz elétrica do Brasil

José Wanderley Marangon, diretor-presidente do MC&E e conselheiro do INEL (Instituto Nacional de Energia Limpa), explica que a evolução observada já estava em andamento, pois o Brasil não tem mais priorizado a construção de grandes hidrelétricas, optando pelo aumento crescente da capacidade das fontes solar e eólica. “Dessa forma, a participação das hidrelétricas na matriz diminui. Isso resulta em uma matriz renovável, porém, de um tipo diferente. Agora, enfrentamos desafios de controle do sistema devido à forte presença de usinas, essencialmente não despacháveis, o que impacta a operação da rede”, comentou.
“Embora estejamos enfrentando desafios operacionais na rede devido às usinas renováveis não despacháveis, estamos buscando soluções para contornar esses problemas, especialmente explorando o forte potencial da região Nordeste em termos de energia solar e eólica”, destacou Marangon. Carlos Dornellas, diretor técnico e regulatório da ABSOLAR, aponta uma expectativa de que a energia solar ultrapasse as hidrelétricas até 2040, observando uma notável ascensão dessa fonte nos últimos anos devido à sua implementação abrangente e capacidade de gerar empregos verdes, além de contribuir para a arrecadação de tributos.
A primeira usina hidrelétrica do Brasil
A primeira usina hidrelétrica do Brasil foi a Usina Hidrelétrica de Paulo Afonso, localizada no rio São Francisco, no estado da Bahia. A usina foi construída entre 1920 e 1928 e teve sua primeira turbina acionada em 1928.
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