Pela primeira vez na história, cientistas relatam ter conseguido recuperar material proveniente de fora do Sistema Solar. Avi Loeb, um astrofísico conhecido como “caçador de alienígenas” da Universidade de Harvard (EUA), declarou que as análises iniciais de fragmentos de metal coletados por sua equipe no Oceano Pacífico em junho indicam que esses materiais têm origem no espaço interestelar.
Os fragmentos foram provenientes de um objeto que impactou a costa da Papua-Nova Guiné, situada na Oceania, em 2014. O professor Avi Loeb não descarta a possibilidade de que esses resíduos possam ter se originado de uma possível nave alienígena. A análise da composição das pequenas esferas foi conduzida pelo grupo liderado por Stein Jacobsen, no laboratório de Cosmoquímica da Universidade de Harvard.
Durante a expedição, a equipe coletou cerca de 700 esferas metálicas minúsculas, das quais 57 foram submetidas a análises detalhadas. Essas esferas revelaram composições que não correspondem a ligas naturais ou artificiais encontradas na Terra. O projeto, conhecido como Expedição Interestelar, envolveu um investimento de US$ 1,5 milhão (aproximadamente R$ 7,3 milhões).
A análise detalhada dos fragmentos revelou uma rica composição de berílio, lantânio e urânio, formando uma combinação denominada de “BeLaU”. Além disso, os fragmentos apresentaram um baixo teor de elementos que normalmente se ligam ao ferro, como o rênio, um dos elementos mais raros na Terra. Embora esses elementos possam ser encontrados no nosso planeta, o padrão observado não corresponde às ligas típicas encontradas na Terra, Lua, Marte ou outros meteoritos naturais do sistema solar.
Avi Loeb explicou que o padrão de elementos encontrado nas esferas poderia indicar uma origem a partir de um oceano de magma altamente diferenciado em um corpo planetário. O relatório continua afirmando que os padrões dos elementos diferem daqueles encontrados nos corpos do nosso sistema solar, inclusive na crosta superior continental da Terra.
O astrofísico teoriza que, devido à “superabundância de elementos pesados” na combinação BeLaU, os fragmentos poderiam ter sido expelidos por supernovas ou resultantes da fusão de estrelas de nêutrons. Contudo, o padrão observado sugere que esses resíduos podem ter tido uma origem distinta, possivelmente de estrelas no estágio final de evolução conhecido como Ramo Gigante Assintótico (AGB), que envolve estrelas de baixa a intermediária massa impulsionadas por reações nucleares.
Apesar das descobertas notáveis, ainda não foi determinado se as esferas têm uma origem natural ou artificial. Avi Loeb destacou que essa é a próxima questão que sua pesquisa visa abordar.
“Esta descoberta é um marco histórico, uma vez que representa a primeira vez que a humanidade teve contato com materiais de um grande objeto proveniente do espaço interestelar que alcançou a Terra”, afirmou Avi Loeb na terça-feira (29/8), conforme relatado pelo “Daily Mail”.
Loeb expressou sua emoção ao ouvir os resultados de Stein Jacobsen, um geoquímico de renome internacional, sobre a composição dos fragmentos. Jacobsen é conhecido por sua abordagem conservadora e profissional na área. Loeb destacou que Jacobsen não tinha preconcepções nem agendas, e inicialmente esperava encontrar esferas com composições familiares ao Sistema Solar. No entanto, os dados revelaram algo inteiramente novo, sem precedentes na literatura científica. Loeb comemorou dizendo que a ciência é fundamentada em evidências sólidas, e essa descoberta é uma clara demonstração disso.
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