Aguardado por mais de um século, o túnel submerso que conectará as cidades de Santos e Guarujá está prestes a deixar o estágio de projeto para se tornar uma realidade palpável. Na última sexta-feira (2), o governo federal e estadual anunciaram a colaboração para a implementação das obras do pioneiro túnel submerso da América Latina.
O plano propõe a conexão terrestre entre Santos e Guarujá, abrangendo uma extensão total de 1,5 km, através de um túnel submerso com 870 metros de comprimento, que atravessará sob o canal que abriga o porto mais movimentado do Brasil. O túnel contará com três faixas de rolamento em cada sentido, uma delas adaptável para acomodar o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), além de incluir uma ciclovia e uma passagem para pedestres.
O desafio para a construção do túnel submerso é significativo: serão seis módulos pré-moldados de concreto armado, a uma profundidade mínima de 21 metros. Esses módulos serão fabricados em uma doca seca e transportados por flutuação até o local onde o leito do canal será preparado. Dessa forma, os módulos serão submersos, encaixados e fixados para finalizar a estrutura, sem interromper o tráfego de navios no canal.
Conforme informações do Governo de São Paulo, o túnel tem a proposta de diminuir em aproximadamente 50 minutos o tempo de deslocamento entre Santos e Guarujá, aliviar o tráfego na Rodovia Cônego Domênico Rangoni (SP-055) e proporcionar a priorização do canal do porto para embarcações de carga e passageiros. A travessia total de carro está estimada em um minuto e meio.
O processo de construção do túnel submerso entre Santos e Guarujá envolve uma série de etapas desafiadoras e precisas. Aqui está uma explicação do procedimento:
1. Projeto e Planejamento: Inicialmente, é conduzido um projeto detalhado que inclui a análise da geologia do local, considerações ambientais, dimensionamento da estrutura do túnel e planejamento logístico.
2. Fabricação dos Módulos: Os módulos pré-moldados, geralmente feitos de concreto armado, são fabricados em uma doca seca. São seis módulos no total, cada um projetado para se encaixar perfeitamente no túnel submerso.
3. Transporte por Flutuação: Após a fabricação, os módulos são transportados por flutuação até o local de construção. Esse método evita a necessidade de transportar os módulos por longas distâncias em vias terrestres.
4. Preparação do Leito do Canal: Antes da instalação dos módulos, o leito do canal é preparado para receber as estruturas. Isso pode envolver escavações, nivelamento e outras preparações necessárias.
5. Imersão e Fixação dos Módulos: Os módulos são então gradualmente submersos no leito do canal, encaixados e fixados de maneira segura para formar o túnel. Esse processo é delicado e precisa ser executado com precisão para garantir a integridade estrutural.
6. Conclusão da Estrutura: Após a imersão e fixação dos módulos, são realizadas as verificações finais de segurança e integridade. Qualquer ajuste necessário é feito para garantir a estabilidade e eficiência do túnel.
7. Benefícios e Utilização: Com o túnel concluído, espera-se que haja benefícios significativos, como a redução do tempo de deslocamento entre as cidades, o alívio do tráfego em rodovias locais e a priorização do canal do porto para navios de carga e passageiros.
O sucesso desse empreendimento depende da coordenação eficaz entre engenheiros, construtores e autoridades locais, além do cumprimento rigoroso de normas de segurança e ambientais.
Previsão
A previsão é de uma redução de 70% na demanda pela balsa da Ponta da Praia e uma diminuição de 53% nas emissões de dióxido de carbono relacionadas aos veículos. Integrada ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), a obra está orçada em cerca de R$ 5,8 bilhões, e os recursos serão provenientes dos orçamentos da União e do estado de São Paulo. Ambos os entes contribuirão com 50% do montante total.
A proposta inclui a implementação de um pedágio no túnel, cujo valor será equivalente à tarifa das balsas que atualmente fazem a ligação entre as duas cidades, estabelecida em R$ 12,30 para veículos de passeio em dias úteis. Importante ressaltar que não haverá cobrança de pedágio para pedestres.
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1 comentário
Se dependesse apenas do governo de SP eu teria um pouco mais de confiança mas com o Federal envolvido, com certeza a obra vai custar bem mais……muito mais!