Utilizando a tecnologia LiDAR, cientistas descobrem uma antiga cidade perdida na ilha principal de Tonga, Tongatapu. Esse achado revela que a urbanização na região começou muito antes da chegada dos europeus, reescrevendo a história conhecida até então.
Pesquisadores da Universidade Nacional da Austrália realizaram um scan aéreo de Tongatapu, revelando ruínas escondidas sob a vegetação ao longo da costa do Pacífico. Essas ruínas incluem estradas, fortificações, construções comunais e montes de terra conhecidos como “sambaquis”. Além disso, foram identificados grandes montes de terra específicos da região, chamados de “sia heu lupe”, que eram utilizados para o esporte da captura de pombos.
Segundo os pesquisadores, as estruturas feitas com terra em Tongatapu datam aproximadamente do ano 300 d.C., antecipando em 700 anos o início da urbanização na região. Esses assentamentos foram uma resposta ao crescimento populacional, resultando em uma forma de urbanização de baixa densidade, que provocou importantes mudanças sociais e econômicas.
A descoberta desmente o mito perpetuado pelos europeus de que o sul do Pacífico não abrigava sociedades humanas complexas antes de sua chegada. Mesmo cientistas acreditavam que a densidade populacional da região era inadequada para o desenvolvimento de assentamentos urbanos.
É importante ressaltar que a urbanização em Tonga seguia um modelo diferente do europeu, caracterizado por uma baixa densidade populacional. Enquanto o modelo europeu tradicional é associado a acomodações compactas e ruas estreitas de pedra, em Tonga, a urbanização assumia uma forma distinta.
A tecnologia LiDAR, desenvolvida inicialmente para exploração espacial na década de 1970, revelou-se fundamental para a pesquisa arqueológica. Sua capacidade de mapear terrenos, independentemente da vegetação ou da presença de corpos d’água, já possibilitou a descoberta de cidades perdidas em diversas regiões, como na selva amazônica, no México e na Guatemala.
Fonte: Journal of Archaeological Method and Theory, ANU
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