A eletrônica baseada em diamante há muito tempo é considerada um avanço promissor, devido às propriedades excepcionais desse material. O diamante possui altíssima condutividade térmica, mobilidade eletrônica excepcional, grande resistência à ruptura e um bandgap extremamente elevado—característica essencial para semicondutores, permitindo o desenvolvimento de componentes de alta potência e alta frequência.
Além disso, diamantes sintéticos podem ser modificados para se tornarem altamente condutores, utilizando um processo conhecido como dopagem, no qual impurezas controladas são inseridas na estrutura do material, assim como ocorre na eletrônica baseada em silício.
Agora, uma nova conquista amplia ainda mais o potencial do diamante na tecnologia: ele pode ser produzido em uma forma ultraflexível e fina, semelhante a materiais de van der Waals, com espessura de apenas algumas camadas atômicas. Essa inovação foi obtida por meio de um processo significativamente mais simples do que os métodos anteriormente utilizados para fabricar diamantes flexíveis ou até mesmo elásticos.
Diamante Extraído com Fita Adesiva: Um Novo Método para Produção em Massa
Pesquisadores da Universidade de Hong Kong, liderados por Jixiang Jing, descobriram um método inovador para fabricar membranas ultrafinas e ultraflexíveis de diamante. A técnica se baseia em um processo já conhecido, onde uma semente de diamante industrial, com apenas 5 nanômetros, é cultivada sobre um substrato de silício, formando um filme homogêneo e fino que pode atingir grandes dimensões, dependendo do equipamento utilizado.
O grande desafio dessa abordagem sempre foi a remoção do filme de diamante do substrato, já que a extrema dureza do material o torna também muito quebradiço. Para resolver esse problema, a equipe adotou uma solução inusitada: utilizar fita adesiva para destacar a película de diamante, um método semelhante ao que foi usado na descoberta do grafeno.
Embora a expectativa fosse que a fita flexível quebrasse completamente o filme de diamante, os pesquisadores observaram um comportamento surpreendente: as membranas de diamante revelaram-se inesperadamente flexíveis. O método permitiu extrair filmes de apenas 1 micrômetro de espessura e até 5 cm de largura, além de membranas mais espessas, com até 4 micrômetros, que ainda assim mantiveram sua flexibilidade.
Outro grande avanço proporcionado pela técnica é sua eficiência e escalabilidade. Com esse novo processo, os pesquisadores conseguiram fabricar uma pastilha de diamante com 5 centímetros de diâmetro em apenas 10 segundos, tornando a produção rápida e viável em larga escala.

[Imagem: Jixiang Jing]
A Chegada da Era do Diamante
As membranas ultrafinas e ultraflexíveis de diamante representam um grande avanço para a indústria de tecnologia. Compatíveis com os processos de fabricação de semicondutores, essas membranas podem ser aplicadas em diversas áreas, incluindo eletrônica, fotônica, mecânica, acústica e computação quântica.
Segundo o professor Zhiqin Chu, a inovação pode redefinir o setor de semicondutores e impulsionar a comercialização dessa tecnologia:
“Esperamos promover o uso da membrana de diamante de alta qualidade em vários campos, comercializar essa tecnologia de ponta e oferecer membranas premium, estabelecendo um novo padrão na indústria. Estamos ansiosos para colaborar com parceiros acadêmicos e industriais para levar esse produto revolucionário ao mercado e acelerar a chegada da era do diamante.”
Com esse avanço, a promessa de um futuro impulsionado pela tecnologia do diamante está mais próxima da realidade.
Achou útil essa informação? Compartilhe com seus amigos!
Deixe-nos a sua opinião aqui nos comentários.