Pesquisadores desenvolveram uma bateria flexível e elástica com furos estrategicamente posicionados, tornando-a mais respirável que o algodão tradicionalmente utilizado em roupas.
Essa inovação pode viabilizar o uso de baterias diretamente embutidas em tecidos inteligentes, oferecendo uma fonte de energia eficiente para dispositivos vestíveis voltados para monitoramento de saúde, desempenho esportivo e outras aplicações de longo uso.
“Isso é especialmente útil para atletas e indivíduos que utilizam eletrônicos por períodos prolongados. Roupas inteligentes precisam garantir conforto sem comprometer a confiabilidade do desempenho,” afirmou o professor Lin Xu, da Universidade de Yale (EUA).
Estrutura Inovadora para Maior Flexibilidade
Para projetar essa nova bateria, os cientistas criaram um padrão de furos retangulares em uma célula de lítio do tipo bolsa — um formato comum em pesquisas laboratoriais.
Diferente de furos circulares ou quadrados, a matriz retangular permite que a bateria seja dobrada em até 180 graus ou esticada sem comprometer sua integridade estrutural.
Entretanto, um dos desafios enfrentados foi garantir que a bateria mantivesse uma alta densidade de energia. “Se adicionarmos muitos furos ou se forem grandes demais, a capacidade de armazenamento de energia será reduzida,” explicou Xu.
O estudo equilibrou cuidadosamente elasticidade mecânica e desempenho elétrico, tornando essa bateria promissora para a próxima geração de tecnologia vestível e dispositivos integrados ao tecido.

[Imagem: Liangbing Hu/Teng Li]
Testes e Aprimoramentos da Bateria Perfurada
Os testes iniciais demonstraram que a bateria perfurada mantém seu desempenho mesmo quando submetida a dobras e alongamentos repetidos. Quando esticada em 10% ou dobrada até 100 vezes, a bateria continuou a fornecer energia para lâmpadas LED, sem falhas.
Além disso, experimentos em câmaras de temperatura e umidade comprovaram que a bateria é duas vezes mais respirável do que o algodão, tornando-a uma excelente opção para dispositivos vestíveis.
Testes em Uso Real
Para demonstrar sua aplicabilidade, os pesquisadores teceram a bateria em um jaleco e avaliaram seu desempenho enquanto um voluntário corria. Os resultados indicaram que os furos dissipam o calor rapidamente, evitando desconforto e reduzindo a retenção de suor na pele.
Próximos Passos: Maior Durabilidade e Produção em Larga Escala
Embora os resultados sejam promissores, a bateria ainda precisa passar por testes adicionais de desgaste, especialmente em dispositivos comerciais de monitoramento de saúde e equipamentos esportivos.
Outro desafio está na transição do laboratório para a produção industrial. Os pesquisadores estão desenvolvendo um processo de fabricação automatizado, garantindo que os furos sejam posicionados e vedados com precisão, evitando vazamentos ou curtos-circuitos durante o uso.
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