Uma equipe internacional de pesquisadores conseguiu gerar, através de “manipulação” cerebral, maior autoconfiança nas pessoas. Há alguns meses, a mesma equipe conseguiu eliminar fobias e medos também “reprogramando” o cérebro. A chave está em aplicar o reforço positivo no melhor momento, estabelecido graças a novas tecnologias de registro e interpretação de padrões de atividade cerebral.
A autoconfiança é uma qualidade essencial para um bom desempenho no mundo, em áreas tão diversas quanto o ambiente de trabalho, a política ou as amizades.
Mas, além disso, a autoconfiança é importante quando sofre de doenças como depressão ou Alzheimer, já que os pacientes que pensam negativamente sobre suas próprias habilidades podem agravar seus próprios sintomas.
Por outro lado, os recentes avanços na neurociência demonstraram uma característica do cérebro humano que pode dar muito trabalho: a plasticidade cerebral. Isso quer dizer que nosso cérebro é maleável (pode ser reformulado) mesmo em estágios avançados da vida.
Essa característica é o que uma equipe internacional de pesquisadores (do Japão, UE e da Universidade de Cambridge, no Reino Unido) utilizou para gerar, artificialmente e por meio de “manipulação” cerebral, maior autoconfiança nas pessoas.
Eles usaram uma técnica chamada “Neurofeedback Decodificado”, que consiste basicamente em induzir o conhecimento em um indivíduo, aumentando a ativação neuronal em regiões específicas do cérebro.
Maior autoconfiança
A pesquisa envolveu 17 pessoas, cujos cérebros foram analisados com uma varredura do cérebro para detectar a aparência neles de padrões de atividade neuronal ligados à alta autoconfiança.
Os cientistas também usaram a inteligência artificial (IA) para essa finalidade, uma ferramenta que lhes permitiu aumentar a confiabilidade das informações sobre esses padrões.
Ao mesmo tempo em que registravam os padrões cerebrais, os pesquisadores aplicaram a técnica de Neurofeedback Decodificado. Nesse caso, o que eles fizeram foi dar aos participantes uma pequena recompensa monetária toda vez que detectaram um padrão neuronal de alta autoconfiança em seus cérebros.
O objetivo dessas recompensas era fortalecer o padrão cerebral de autoconfiança sem que os voluntários estivessem conscientes, a fim de aumentar sua autoconfiança. No final do estudo, verificou-se que a autoconfiança dos participantes aumentou, através de medições cerebrais e as informações fornecidas.
Eles também fazem o medo desaparecer
A equipe que realizou este estudo também conseguiu recentemente manipular o cérebro para eliminar fobias e medos. Foi em novembro de 2016, e seus resultados apareceram publicados na Nature Human Behavior. Nesse caso, o que foi feito foi criar em 17 voluntários saudáveis uma memória de medo, administrando um breve choque elétrico quando os voluntários viram a imagem de um computador específico.
Uma vez que o padrão de atividade neuronal ligado àquela memória de medo criada artificialmente foi detectada, os pesquisadores reescreveram a memória ligada à imagem do computador, dando aos sujeitos experimentais uma recompensa. O desafio daquele momento era encontrar uma maneira de reduzir ou eliminar essa memória.
Para isso, quando esse padrão apareceu, os pesquisadores deram aos sujeitos uma recompensa (uma pequena quantia de dinheiro). Eles o fizeram por três dias, e o resultado foi surpreendente: o padrão de memória previamente ajustado para prever a descarga dolorosa foi reprogramado para prever algo positivo.
Os resultados de ambos os estudos indicam que a memória do medo pode ser reduzida sem que as pessoas tenham que experimentar conscientemente a memória que lhes causa medo, algo que poderia ter aplicações importantes nas terapias para eliminar as fobias. Da mesma forma, os resultados apontam para o fato de que a autoconfiança das pessoas pode ser aumentada sem que elas percebam.
Com informações de Nature e Invdes.
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