Um estudante britânico descobriu um erro nos dados registrados na Estação Espacial Internacional (ISS), e contactou a NASA, a agência espacial norte-americana até agradeceu ao menino pela descoberta.
O estudante é Miles Soloman, um jovem de 17 anos da Tapton School em Sheffield, ele estava trabalhando no projeto TimPix, que permite que os alunos do Reino Unido tenham acesso a dados gravados por detectores de radiação durante a estadia de seis meses do astronauta britânico Tim Peake na ISS.
Entre outros projetos, Peake participou de um programa de pesquisa que visa compreender o impacto da radiação espacial sobre os seres humanos. A radiação na ISS é monitorada com detectoresTimepix em formato USB, que são conectados a computadores e enviam dados regularmente para a Terra. Soloman e seus colegas estudantes receberam essas medições Timepix em um arquivo gigante de planilhas do Excel, permitindo-lhes praticar a análise de dados em informações científicas do mundo real.
Quando eles classificaram os dados por níveis de energia, Soloman notou algo estranho. “Eu fui direto para o fim da lista, para os pedaços mais baixos de energia que havia“, disse ele à rede britânica BBC. “Eu notei que onde não deveríamos ter nenhuma energia, onde não havia radiação, estava realmente mostrando -1. A primeira coisa que eu pensei era ‘Bem, você não pode ter energia negativa’, e então percebemos que isso era um erro”, completou.
Soloman e seu professor de física James O’Neill entraram em ação e enviaram à NASA imediatamente. Como Soloman explicou à BBC, os pesquisadores da NASA responderam que estavam cientes do erro, mas pensaram que só estava acontecendo uma ou duas vezes por ano, mas eles estavam errados. “O que realmente descobrimos foi que eles estavam acontecendo várias vezes ao dia“, disse Soloman.
“Eles achavam que tinham corrigido isso“, disse o físico Lawrence Pinsky da Universidade de Houston, que está envolvido com o projeto TimPix, e é colaborador do projeto de monitoramento de radiação na ISS. “O problema é que alguns dos algoritmos que converteram os dados brutos estavam ligeiramente errados, portanto, quando fizeram a conversão, acabaram com um número negativo”, completou Pinsky.
“Foi mais apreciado do que embaraçoso“, disse ele. “A ideia de que os alunos se envolvam em um nível real significa que há uma oportunidade para eles encontrarem coisas como esta.” O projetoTimPix é uma das muitas iniciativas organizadas pelo IRIS (Instituto de Pesquisa em Escolas), uma instituição de caridade que oferece aos estudantes e professores oportunidades de fazerem pesquisas científicas na escola.
A IRIS tem uma parceria com organizações como o CERN, a NASA, a WellcomeTrust e a Sociedade Real Hortícola do Reino Unido para trazer projetos científicos verdadeiros para a sala de aula e animar as crianças a prosseguirem carreiras científicas. “Também estamos explorando o potencial das mentes jovens e o que elas podem fazer“, disse O’Neill, professor de Soloman. “Para mim, o maior grupo de pesquisa que podemos formar são os nossos alunos em todo o país“.
Além de analisar a exposição à radiação na ISS, os estudantes também estão fazendo pesquisas genéticas em doenças cardiovasculares, analisando a atmosfera de Marte e participando da experiência que procura sinais de um mono polo magnético. Pelo menos para Miles Soloman, IRIS definitivamente lhe deu inspiração para buscar mais embora ele explicou que ele não estava tentando superar os pesquisadores da NASA quando apontou o erro de dados.
“Eu não estou tentando provar que a NASA está errada, eu não estou tentando dizer que sou melhor, porque, obviamente, eu não sou – eles são a NASA. Eu quero trabalhar com eles e aprender com eles.“, finalizou Miles.
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