Corpos celestes do tamanho de Júpiter, sem ligações gravitacionais aparentes com estrelas, foram avistados à deriva no espaço pelo telescópio espacial James Webb. O que torna essa descoberta ainda mais intrigante é que esses objetos estão em movimento em pares, com cerca de 40 desses pares observados na nebulosa de Órion. Apelidados de ‘Jumbos’ (Objetos Binários com Massa de Júpiter), o mistério em torno de sua origem persiste.

Uma das teorias aventadas pelos astrônomos é que esses corpos celestes podem ter se formado em regiões da nebulosa onde a densidade do material era insuficiente para originar estrelas completas, já que a maioria das estrelas vive em pares. Outra possibilidade é que eles tenham surgido em torno de estrelas e posteriormente tenham sido lançados no espaço interestelar.
“A teoria da ejeção é a mais provável no momento”, afirmou o professor Mark McCaughrean, da Agência Espacial Europeia (ESA), que fez essa descoberta junto com seu colega Samuel Pearson. “A física dos gases sugere que não seria possível criar objetos com a massa de Júpiter por conta própria, e sabemos que planetas individuais podem ser expulsos de sistemas estelares. No entanto, como é possível expulsar pares desses objetos juntos ainda permanece sem resposta e é um desafio para os teóricos resolverem.”
Até o momento, conhecemos mais de uma centena de 70 planetas errantes, que não estão em órbita ao redor de estrelas. No entanto, essa é a primeira vez que observamos esses planetas errantes em pares, o que acrescenta um toque de mistério a esse fenômeno.
A nova imagem capturada pelo telescópio Webb é, na verdade, um mosaico de 700 visualizações coletadas pelo instrumento NIRCam. Para dar uma ideia da escala da área fotografada, uma nave espacial viajando à velocidade da luz precisaria de pouco mais de quatro anos para percorrer toda a cena.
A nebulosa de Órion, também conhecida como M42, é uma região de formação estelar, sendo a maior e mais próxima da Terra, localizada a cerca de 1.400 anos-luz de distância. Ela está situada na parte inferior da constelação de Órion, fazendo parte da espada do caçador, que fica pendurada no famoso Cinturão de Órion.
Nessa cena, milhares de estrelas jovens estão escondidas. Muitas delas estão cercadas por densos discos de gás e poeira, onde a formação de planetas pode estar ocorrendo. No entanto, em alguns casos, esses discos são destruídos devido à intensa radiação ultravioleta e aos ventos poderosos produzidos por estrelas massivas na região.
Atualmente, não existem modelos de formação de sistemas planetários que prevejam a ejeção de pares binários de planetas. No entanto, a astrônoma Heidi Hammel sugere que talvez todas as regiões de formação estelar possam abrigar esses “Júpiteres” duplos (e até mesmo Netunos duplos e Terras duplas), e talvez não tivéssemos um telescópio poderoso o suficiente para detectá-los antes.
Achou útil essa informação? Compartilhe com seus amigos!
Deixe-nos a sua opinião aqui nos comentários.