Um estudo recente, divulgado na revista científica Nature Astronomy, realizado por pesquisadores da Universidade de Hong Kong (HKU), propõe que Marte abrigava vários vulcões que podem fornecer insights valiosos sobre o passado da Terra, aproximadamente 3 bilhões de anos atrás.
Utilizando dados de diversas fontes, os cientistas conseguiram mapear a atividade vulcânica na região de Eridania, localizada no hemisfério sul de Marte.
Os autores do estudo ressaltam que a descoberta de vulcões em Marte remonta a algumas décadas. No entanto, o aspecto mais intrigante é que a maioria desses vulcões oficialmente reconhecidos exibe uma estrutura semelhante àquela das formações geológicas encontradas no Havaí.
Mas apesar das semelhanças superficiais, é fundamental destacar que os vulcões marcianos apresentam diferenças significativas em comparação com os da Terra. Devido à presença de apenas uma placa tectônica, as características geológicas do planeta vermelho se desenvolveram de maneira distinta. No entanto, é exatamente essa divergência que pode oferecer insights valiosos sobre a formação da crosta terrestre.
“Em nosso estudo, identificamos diversos tipos de vulcões na crosta antiga de Marte, incluindo cúpulas de lava, estratovulcões, caldeiras e grandes escudos de cinzas, em vez de vulcões de lava tradicionais. Além disso, ao contrário da visão predominante de Marte como um planeta composto principalmente de basalto, com baixo teor de sílica e pouca evolução crustal, esses vulcões exibem alto teor de sílica, sugerindo um processo complexo e até então desconhecido na evolução do magma”, explicou Joseph Michalski, geólogo do Departamento de Ciências da HKU.
Vulcões: Conexões entre Marte e a Terra ao longo do tempo
Os pesquisadores acreditam que o registro geológico antigo e praticamente inalterado do planeta vermelho pode oferecer insights cruciais sobre as condições geológicas iniciais do Sistema Solar e a evolução da crosta terrestre. Eridana, uma região marciana com uma crosta magnética e indícios de um possível oceano passado, foi escolhida como foco da pesquisa.
dessa forma, com base nas análises realizadas, a equipe identificou quatro tipos distintos de vulcões, denominados:
- cúpulas vulcânicas;
- estratovulcões;
- escudos piroclásticos;
- complexos de caldeiras.
Porém essas estruturas, similares às encontradas na Terra, exibem diâmetros notavelmente maiores, um fenômeno possivelmente atribuído à presença de uma única placa tectônica.
O professor catedrático de Ciências da Terra da HKU, Guochun ZHAO, destacou a importância da descoberta, sugerindo que a reciclagem da crosta terrestre pode ocorrer não apenas em regiões tectônicas de placas com predominância de movimentos horizontais, mas também em áreas pré-placas com movimentos verticais. Essa revelação tem o potencial de esclarecer questões duradouras sobre a formação dos continentes félsicos na Terra.
Fontes: Nature Astronomy / Universidade de Hong Kong / Science Alert / Cosmos Magazine
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