Nessas páginas semanais do “Engenharia em Pauta”, dentre vários temas, tenho procurado colocar minha inquietação a respeito de metodologias de ensino, sempre procurando refletir como torná-las mais produtivas e eficazes. Tarefa complicada, pois a modernidade já está por aí, com novas necessidades e instrumentos, e confrontando paradigmas já muito arraigados… Então, gostaria, nessa semana, de trazer para essa página alguns exemplos reais, bem resumidos, praticados em instituições nas quais trabalhei, e em outras que tive a oportunidade de visitar, aqui no Brasil e no exterior…
– Para desenvolver os perfis necessários ao seu progresso no mundo do trabalho, em um “college” americano os alunos, em sua maioria, com a devida supervisão, são os responsáveis por todas as atividades culturais, esportivas e de comunicação da instituição, ficando somente a parte relativa à docência com a equipe especializada para tal;
– Algumas instituições de ensino têm um departamento de “marketing” especializado, que atua “sondando” constantemente na comunidade próxima ou mesmo na sociedade em geral quais são as novas tendências que estão surgindo, avaliando-as e conferindo sua validade e permanência, para constante atualização de seus cursos;
-Também reparei em algumas instituições preocupação com o famigerado “conteudismo”, separando, nas áreas de conhecimento necessárias para a formação de seus alunos apenas o básico e permanente, que então é muito bem trabalhado, deixando para o final do curso uma conveniente atualização do que está acontecendo, na época, na respectiva área profissional;
– Quanto à participação ativa do aluno nas atividades de ensino, tive a oportunidade de conhecer duas experiências bem sucedidas: uma, no ensino fundamental, quando alguns alunos serviam de monitores ou mesmo instrutores para seus colegas, em cursos que envolviam uso de tecnologias computacionais; outra, em um curso de cálculo diferencial e integral, presença constante no início de um curso de engenharia, e que costuma ser um pavor dos iniciantes: no caso, o professor reunia-se com os alunos, em turma, a cada quinzena, e dava as devidas orientações para a aprendizagem dos mesmos, que deveria ser feita, individualmente ou em grupos coordenados por eles próprios, com metas bem determinadas a alcançar. O resultado foi excelente, com as médias individuais e das turmas apresentando valores bem altos;
– Há uma escola de engenharia (pelo menos a que conheço – tomara que mais algumas sejam similares…) na qual o ensino é feito com vistas ao atingimento de “metas de aprendizagem”, ou seja, objetivos bem claros sobre pontos de aprendizagem aos quais os alunos devem chegar para terem rendimento satisfatório. Seria como um mapa de aprendizagem com início, meio e fim; ao longo deste caminho o aluno vai descobrindo as ferramentas de que necessita, e, evidentemente com o auxílio dos professores, vai aprendendo a utilizá-las;
– A atuação dos alunos mais avançados em trabalhos em empresas e instituições que já operam no mundo do trabalho é muito importante – não se trata aqui do estágio, bem importante também, mas sim da atuação profissional com objetivos marcantes e mensuráveis. Como exemplo, já tive a oportunidade de receber um aluno de uma universidade alemã, que aqui veio para desenvolver, como requisito final para sua graduação, todo um sistema de indicadores de desempenho financeiros para a Incubadora de empresas que eu coordenava; tal sistema mostrou-se tão eficaz que, com as modificações necessárias para sua atualização e digitalização, é utilizado até hoje.
Muitos outros exemplos exitosos eu poderia ainda mostrar; no entanto, o espaço é pequeno… Mas “querer é poder” e, com vontade e criatividade, é possível descobrir muitos e bons caminhos para tornar mais eficaz nosso trabalho de educadores!
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