Como brincar com algo tão importante para nós, engenheiros, como a criatividade? Sim! Faço esta afirmativa porque criar pode ser divertido e estimulante, dependendo de como encararmos o problema a resolver… Garanto que você, cara leitora, caro leitor, já se sentiu muito bem ao resolver algo que de início até parecia de solução impossível…
E mesmo para criar algo somos estimulados a pensar como crianças, não é mesmo? É difícil encontrar algo tão criativo como um grupo de crianças brincando… Dos materiais e mesmo brinquedos disponíveis criam novas histórias, novos personagens e mesmo novas situações, divertindo-se e aprendendo bastante, sempre imaginando coisas novas, deixando a imaginação correr solta. Um ramo da psicologia, a Análise Transacional, nos afirma que dos vários estados psicológicos que podemos assumir durante o dia, o mais criativo e alegre é o da “Criança Livre”… O nome já explica o porquê, não? Por exemplo, em uma visita turística à NASA, pude ver um vídeo que explicava a concepção consideravelmente complicada de um veículo espacial que voltasse à Terra, podendo ser reaproveitado – a origem dos ônibus espaciais… Até um aviãozinho de cartolina foi usado para a equipe “afinar” suas ideias a respeito. Deve ter sido uma boa ajuda, já que me pareceu bem parecido com a concepção final!
Também podemos aprender das crianças algo fundamental em suas atitudes para melhorar nossa criatividade: o alto nível de atitudes inquisitivas, já que para elas há sempre muita coisa a aprender… Mas será que para nós também não há sempre muitas coisas a aprender? E ainda mais nos tempos atuais, de rápidas mudanças tecnológicas, sociais, econômicas, e mesmo políticas? Claro que há! Aquele que se acomoda não cria, pois acha que tudo está pronto…
E mais: atitudes inquisitivas nos fazem aumentar nosso “repertório mental”, preparando-nos para poder vislumbrar novos caminhos para possíveis soluções criativas e diferentes do usual. Conversar com pessoas que exercem outras profissões, confrontar ideias, compartilhar conhecimentos, tudo é muito válido. Outro exemplo: em uma viagem à Brasília, a serviço, sentei-me ao lado de um advogado de sucesso, mas que antes tinha sido um engenheiro, também de sucesso. Em nossa conversa durante o voo, como aprendi sobre as bases da engenharia, sob o ponto de vista de suas relações com a sociedade! E mais: como sua formação de engenheiro estava auxiliando-o em sua carreira! Foi o melhor da viagem…
Não esmorecer também é importante. Estar sempre ciente de que há uma solução, por mais complicada e difícil que possa parecer, é uma atitude fundamental. É preciso não ficar preso a amarras mentais, como paradigmas e tecnologias já conhecidas… Dizem que Thomas Alva Edson foi questionado porque suas experiências na criação da lâmpada elétrica nunca davam certo, ao que ele respondeu: “tudo bem, mas já conheço muitos modos de fazer uma lâmpada que não funciona!”. E acabou achando a solução correta… Aliás, essa atitude é a dos cientistas que se aprofundam em determinados assuntos de ponta e aí descobrem novas e grandiosas coisas…
Também é muito bom procurar soluções em situações análogas, até em áreas diferentes. A natureza, por exemplo, é uma pródiga fonte de soluções interessantes. Um aluno meu, por exemplo, desenvolveu um interessantíssimo método de extrair açaí em pasta de seu projeto desenvolvido para a feira de projetos da instituição, utilizando como modelo os movimentos peristálticos do esôfago. Genial!
É, como é bom e divertido “engenheirar”! É colocar o cérebro para funcionar “diferente”, colocar a mão na massa e criar…
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