Trabalhei como docente durante boa parte de minha vida, sempre me envolvendo com a prática da engenharia, como professor de engenharia, e com as pessoas e seus sonhos, como professor e orientador na área de empreendedorismo. Daí, sempre tive (e continuo tendo…) grande interesse em poder facilitar a aprendizagem, através do ensino. Neste caminhar, errei, aprendi, acertei, mas nunca deixei de pensar e ousar melhorar esta coisa complicada que é ensinar/aprender… Mas como base de todo este esforço, sempre adotei trabalhar conforme prega um excelente provérbio chinês, abaixo transcrito:
“Diga-me e eu esquecerei.
Mostre-me e eu posso lembrar.
Envolva-me e eu vou entender.”
E como em uma sala de aulas encontramos nos discentes tantas pessoas diferentes em motivação, preparação anterior, capacidades, formas de agir e pensar, vocações, etc., é bom ter em mente que tudo o que foi citado no provérbio tem que que ser utilizado, em dose certa e no momento certo.
E esse realmente é um grande desafio, que pode ser enfrentado lembrando-nos de que a aprendizagem pode ocorrer em diversos momentos, que podem ser agrupados em quatro categorias:
1 – Aprendizagem pela experiência, ou seja, o aprendiz é envolvido em uma atividade na qual o conteúdo a ser tratado é vivenciado na prática. De longe, parece-me o melhor modo de aprender – não foi assim que aprendemos a andar de bicicleta, ou em um intercâmbio em um país no qual a língua que queremos aprender ou melhorar nossa proficiência é falada?
2 – Aprendizagem pelo processamento, ou seja, baseando-se em uma experiência prática concreta, o aprendiz fica motivado a se aprofundar no assunto, indo buscar novas informações, assim melhorando cada vez mais seu conhecimento a respeito. Assim, por exemplo, a proposta de um relatório sobre uma experiência concreta que já foi feita com prazer, se bem preparado e questionador, pode ser uma boa ferramenta de aprendizagem;
3 – Aprendizagem pela generalização. A partir de uma experiência concreta que realizou com proveito, o aprendiz, consciente ou mesmo inconscientemente, aproveita o que aprendeu para gerar novas informações e aprender coisas novas ligadas ao assunto de seu interesse. Esta generalização é fundamental para que ele procure aplicar o assunto apreendido ao mundo real dentro da área escolhida. Infelizmente, tal generalização atualmente é bem tolhida pela divisão do curso em compartimentos estanques, as “disciplinas”, quando não se pratica o entrosamento entre elas, bem como a multidisciplinariedade;
4 – Aprendizagem pela atuação. Aqui, o aprendiz utiliza o conhecimento proposto pelo docente no mundo real, desenvolvendo nele atitudes que perpassam pelos métodos de aprendizagem já citados: o aprendiz então vivencia, pratica, reflete, pensa e faz. Daí a importância de estágios bem coordenados e praticados.
Bem real, não? Ser refletirmos bem, quantas coisas aprendemos em nossas vidas passando e repassando por estes quatro “estágios” de aprendizagem! Como seria bom se os aplicássemos plenamente aos nossos sistemas escolares!
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