Já tivemos a oportunidade de definir, no “Engenharia em Pauta“ anterior (no. 155) a ação de nosso subconsciente, e sua importância na criação de ideias novas e inovadoras. Mas como isto pode acontecer? É o que vamos tratar nesta semana…
Uma das melhores explicações deste fenômeno nos foi dada por Murray (1), baseado em ideias de Freud. Ele sugere que pensemos nas seguintes imagens: o subconsciente, aquela parte de nossa psique que opera fora de nosso consciente durante as 24 horas do dia, e que é o repositório de nossas lembranças, experiências de vida, conhecimentos, etc., é como um grande salão de festas, tendo os pensamentos como convidados; já o consciente, aquela parte de nossa psique que nos liga ao mundo exterior, é uma sala de estar ao lado, com uma porta entre as duas…
Nesta sala de estar, o consciente, também existem alguns convidados (pensamentos), mas regulados pelos costumes e regras sociais, além de que deverão ter um comportamento lógico, coerente e consistente com o modo de ser de cada um de nós; e mais: são poucos os convidados, adequados ao momento no qual estamos vivendo no momento. No salão de festas, a “balada corre solta”, nas 24 horas do dia, e os convidados (pensamentos), incontáveis, ficam por sua própria conta, livres para uma convivência sem organização de normas ou regras. Podem fazer o que quiserem, sem nenhum controle nosso…
No entanto, na porta entre o salão de festas e a sala de estar existe um vigia, um guarda, que tem o poder de não permitir que convidados passem da balada para a sala de estar, aquela que se faz presente no mundo exterior. O código este vigia são os costumes e regras vigentes na sala de estar, rígidos e costumeiros… Ele pode barrar os pensamentos estranhos ou mesmo inconvenientes, ou até bani-los para os confins do salão em que ocorre a balada…
Então, como no salão da balada as coisas correm soltas, os pensamentos se cruzam e até geram novos, sem regras, aí acontece a criatividade, a geração de ideias inéditas, inovadoras, provocativas. No entanto, pouco acontece de novo na sala de estar, com poucos convidados, com regras e normas direcionadas pelo momento. Logo, o negócio é “trabalhar” o vigia, para que possa permitir que venham para fora as ideias novas… É o que veremos no próximo “Engenharia em Pauta”. Até lá…
Referência:
- MURRAY, K.D. A arte de imitar – seis passos para inovar em seus negócios copiando as ideias dos outros. Trad.Rio de Janeiro: Elsevier, 2011. 244 p.
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