Ao longo da história humana, muitos degraus foram sendo galgados para que chegássemos até onde estamos hoje em termos de progresso… E é lógico que ainda teremos muitos outros a trabalhar, subir e vencer. Em todos eles, sempre ocorreram desafios a enfrentar, lutas a travar, vitórias e derrotas – mas sempre fomos em frente…
Agora, o desafio que se nos apresenta é a rapidíssima evolução tecnológica, com os meios computacionais nos ajudando em nossas tarefas mentais, ou mesmo as substituindo. E, como sempre aconteceu, tudo muda e novos requisitos de vida nos são apresentados.
Um grande degrau do progresso humano foi a Revolução Industrial, na qual nossa força física foi complementada pela das máquinas… Muito bom! Grande peso foi tirado das nossas costas, mas as pessoas daquela época foram obrigadas a se qualificar para enfrentar a nova onda de progresso… Por exemplo, condutores de carroças tiveram que aprender a mecânica dos primeiros automóveis e a dirigi-los… Um problema, mas relativamente simples para os interessados.
Mas agora, com a Revolução Tecnológica, na qual a nossa força mental está sendo complementada ou mesmo substituída por meios computacionais, cada vez mais sofisticados? Quais seriam os novos desafios? São muitos e complexos, mas um deles, por sua abrangência e complexidade, merece um olhar mais aprofundado, mesmo porque é muito “contaminado” por antigos paradigmas, alguns inclusive herdados da revolução industrial… São os sistemas escolares e mesmo educacionais, os que deverão formar os homens e as mulheres de amanhã…
Como então deveriam ser configurados? Como preparar os jovens para um mundo novo, no qual, segundo li recentemente, 65% dos jovens que estão no ensino médio vão trabalhar em empregos que nem sequer existem ainda, mas que seguramente exigirão qualificações bem mais complexas em relação àquelas que levaram os condutores de carroças a serem motoristas?
Imagino então que deveríamos, em nossos sistemas escolares e educacionais, nos preocupar não apenas com o desenvolvimento da inteligência (faculdade de conhecer, de compreender) dos nossos educandos, mas também com o desenvolvimento de sua consciência (percepção dos fenômenos próprios da existência; discernimento, bom senso; noção do que se passa em nós; autoconhecimento).
Justifico minha afirmativa acima considerando que a tecnologia computacional poderá até nos ajudar ou mesmo complementar em inteligência, conforme muito já se fala em artigos bem fundamentados – tudo bem, ótimo! Muitos pesos serão tirados de nossas costas, e muitas frentes de progresso, até difíceis de imaginar, serão abertas… Mas nos superarão em consciência? Que pergunta complicada, embora eu me arrisque a responder que não…
Mas considero que então nossos sistemas educacionais e escolares deveriam preocupar-se muito mais com a evolução da consciência de nossos educandos, ocupando-se mais com o desenvolvimento de sadias atitudes e habilidades comportamentais, e menos com conteúdos estéreis (que, quando necessários, estão disponíveis na internet…); importante também é a capacidade de aprender, desaprender, e aprender de novo. Também seria muito bom estimulá-los ao autoconhecimento, e incentivá-los à prática das vocações naturais de cada um, com seus talentos e imperfeições…Enfim, uma educação mais humana e, e menos informacional…
Será que um dia conseguiremos dar esse salto de qualidade? Tomara!
Achou útil essa informação? Compartilhe com seus amigos!
Deixe-nos a sua opinião aqui nos comentários.