Já constatamos que se você descobre qual é o seu sonho, apoiado em sua vocação, vai procurar empenhar-se de todo o coração e vontade em persegui-lo. E, para tal, vai dispor de uma dose de energia muito grande, que vem de seu interior, na procura de sua autorrealização – e este é o maior nível que se pode alcançar na busca da motivação humana!
Por outro lado, esta busca se reflete nas suas palavras, atitudes, “brilho no olhar”, etc. E, dispondo da exteriorização desta energia, você consegue convencer os que convivem com você, ou mesmo atrair outros que compartilhem do mesmo sonho, em um bom exemplo de legítima liderança…
Agora, há algo a trabalhar: vivemos em uma sociedade muito “normatizada”, e mesmo razoavelmente padronizada. E pode ser que seu sonho fuja um pouco destes caminhos que a sociedade busca nos impor – ah, mas você tem que ter um emprego; ah, você tem que fazer um concurso público; ah, você tem que seguir a carreira de seus pais… E assim por diante – e como escutei isto de antigos alunos! E estas propostas e sugestões nos mostram comportamentos normais e mesmo carinhosos e interessados! Mas e se não “baterem” com seu sonho?
Aí, você deverá trabalhar o que o já citado Prof. Fernando Dolabela denomina de “Espaço de Si”, conforme (1):
“O espaço de si implica a distância psicológica que ao mesmo tempo nos separa e nos liga aos outros. Reflete aquilo que o costume acabou de por estabelecer como espaço reservado a cada um”. E mais – “o futuro empreendedor se assemelha ao futuro líder: ele precisa de um espaço mínimo para crescer. Se este espaço não estiver disponível em seu meio, tentará estabelecê-lo por conta própria. Ele precisa então modificar as normas de seu meio, o que nem sempre é possível. Se isto não acontecer, ele irá fazê-lo em outro lugar”. (opus cit., p.84)
Mal comparando, mas servindo como um bom exemplo: não será este conceito de “espaço de si” uma das causas da “famigerada” crise da adolescência? Na realidade, nesta fase da vida a criança está desabrochando para a fase adulta, e seus sonhos e vontades estão manifestando-se… E aí, ela começa a buscar seu “espaço de si”, coisa com o qual os pais não estão acostumados, porque até agora determinaram com certa facilidade a vida de seus filhos. E aí, sempre que um espaço “cresce” e então se modifica, provoca tremores e barulhos… Será que também é por aí que aparecem muitos estudantes desmotivados e rebeldes? Matéria para pesquisa e aprofundamento, não?
Também não será por aí que muitas empresas perdem excelentes e criativos colaboradores, que teriam todas as condições para se tornarem intraempreendedores e inovadores, porque são forçados a seguir normas e regulamentos desnecessários, com rotinas definidas e constantes? Também algo para pensar…
Referência:
- DOLABELA, F. Oficina do empreendedor: a metodologia de ensino que ajuda a transformar conhecimento em riqueza. São Paulo: Cultura Editores Associados, 2003. 275 p.
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