Segundo a Wikipedia, “um paradoxo é uma declaração aparentemente verdadeira que leva a uma contradição lógica, ou a uma situação que contradiz a intuição comum. Em termos simples, um paradoxo é o oposto do que alguém pensa ser a verdade“. Utilizando de modo um pouco mais livre esta definição, se observamos bem poderemos ver que o advento dos novos tempos nos trouxe a algumas situações paradoxais, e então seria bom meditar um pouco sobre elas, já que temos conversado sobre a necessidade de adaptações às novas realidades tecnológicas, sociais, etc.
Por exemplo, o ser humano, em toda sua trajetória, nunca dispôs de ferramentas de comunicação mais completas e eficazes do que as de agora; e, muitas vezes temos constatado que elas são utilizadas de modo muito errado, propiciando apreciável isolamento entre as pessoas, com aumento do individualismo, justamente em uma época na qual o compartilhamento de informações é extremamente importante! Se até já existem clínicas especializadas em “desintoxicação” de redes virtuais… Não estamos preocupados com nossas crianças e jovens, diuturnamente ligados aos seus telefones e tablet’s, em jogos e acessos à internet muitas vezes, no mínimo, sem conteúdo algum?
Pois é, e então temos constatado que está sendo gestada uma geração sem interesse e curiosidade, o que lhes pode dificultar muito a vida nos novos tempos… Tal discussão, tenho presenciado, tem ocupado muitas das conversas entre pais, educadores, etc. E aí está o paradoxo: tais ferramentas, se bem utilizadas, são um poderoso modo de aprender… Se a isso se soma a obsolescência das metodologias muitas vezes utilizadas nos diversos níveis do sistema escolar, está armada a “tempestade perfeita”, que somente poderá ter seus efeitos minimizados após gerações…
E mais: tais ferramentas, se utilizadas de modo errado no trabalho, também podem burocratizá-lo, diminuir a produtividade e aumentar o isolamento, conforme algumas pesquisas já demonstraram. É muito mais fácil dar um telefonema a um colega, ou procurá-lo pessoalmente, do que perturbá-lo com ”zap’s” ou e-mail’s, muitas vezes ele ou ela estando bem próximos a nós, fisicamente. E o advento de ferramentas de controle em excesso também diminui de modo apreciável a produtividade no trabalho, já que muitas vezes elas se transformam no principal objetivo da equipe que está trabalhando, sendo que na realidade este objetivo, naturalmente, é o trabalho compartilhado, eficaz, e produtivo…
Outro paradoxo, que pode ser facilmente notado por nós todos, é que foi quebrada uma afirmativa que ficou muito conhecida, e de autoria do professor e sociólogo italiano Domenico de Masio, que esperava que na sociedade pós-industrial (e chegamos a ela…) o trabalho seria bem marcado pela união entre estudo e lazer. A esta situação ele denominou Ócio Criativo. Mas os que vemos são pessoas trabalhando dia e noite, já que a tecnologia permite acessa-las pelos seus celulares, etc. E mais, o fluxo fácil de informações nos dá a impressão de que podemos fazer e produzir cada vez mais, e em menos tempo. E como isto não pode acontecer, pois somos apenas humanos, há uma epidemia de “burnout”, de SPA (“Síndrome de Pensamento Acelerado”), desencanto com o trabalho, e assim por diante.
Não, meus amigos, não estou sendo nem pessimista, nem saudosista, e muito menos conservador. Apenas observo, e vejo que estamos desperdiçando incríveis meios de aumentar nossa humanidade, nosso conforto, criatividade e produtividade, tudo por causa da utilização errada das ferramentas maravilhosas que nós mesmos criamos…
E esse não é o maior dos paradoxos? Pense a respeito, e viva bem melhor…
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