Eu realmente gosto muito do já citado livro de Murray (1). Ele tem me ajudado a entender os fenômenos ligados à criatividade, e métodos para inovar. Muito bom mesmo!
Mas neste livro tem mais alguma coisa que eu gostaria de compartilhar, e que é uma pequena história que ele conta de quando era jovem, talvez criança. Tem lições importantes para nós, eu creio! Vamos lá: achava-se ele sentado na margem de um lago, com sua cadela de estimação, April. No lago há uma ilha, e ele, como jovem, quer conhecê-la e explorá-la. Mas como fazer? Não há barco disponível, e a vontade de ser explorador é grande… E como nesta idade não se desiste de uma ideia, resolve construir uma jangada. Empreendimento bem difícil, sem ferramentas apropriadas ou material disponível! Mas ele se lança à empreitada, e depois de algum tempo, talvez dias, consegue! Funciona, mas a jangada é precária e não dá para levar também a April! Então, o que fazer? Que pena, mas nesta aventura tem que deixar sua grande companheira à margem… Mas, decidido isto, lá ele vai remando com dificuldade, e chega à ilha! E que surpresa: a April já está lá, abanando o rabo, toda contente! É que na realidade a ilha era mesmo uma península, e se ele não se tivesse fixado à ideia de “ilha”, e tivesse andado um pouco pela praia, explorando, teria achado o caminho mais fácil, a passagem para a ilha, e, portanto, a melhor solução, que foi a que a April achou facilmente…
Quanta coisa para refletir com base nesta história: como ficamos fixados em soluções predeterminadas e costumeiras, e não saímos para explorar outras possibilidades! Como não temos curiosidade, ou mesmo vontade, de procurar outros caminhos e saídas para solucionar um problema que temos que resolver! Como ficamos bitolados!
Mas é muito salutar nos conscientizarmos destas afirmações que fiz acima, até meio duras: porque então poderemos nos vigiar e tentar sair destas correntes que prendem nossa criatividade, e aí parar de fazer jangadas para de fato caminharmos pelas praias da imaginação! Pode dar em nada, a ilha pode ser mesmo uma ilha, mas o que teremos perdido? Nada! Pelo menos teremos conhecido outras paragens!
Boas praias para você caminhar!
Referência:
- MURRAY, K.D. A arte de imitar – seis passos para inovar em seus negócios copiando as ideias dos outros. Trad.Rio de Janeiro: Elsevier, 2011. 244 p.
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