Continuando estas reflexões que iniciamos na semana passada, neste mesmo espaço do “Engenharia em Pauta”, com vistas a procurar entender como a juventude conviverá e progredirá no “novo normal” e no futuro, no sentido de poder ajudá-la nesta época tão complicada, vamos dar mais uma olhada nas tendências que têm sido notadas e apontadas pela literatura?
Uma das coisas que atualmente são preocupantes é o cotidiano das crianças e jovens. Ou se localiza em situações sem perspectiva alguma, já que a pobreza e falta de cultura infelizmente são tristes realidades em nosso país, ou é muito carregado com atividades além da escola formal, que passa a ser apenas uma delas, muitas vezes vista como a menos necessária… Jogos eletrônicos, acesso indiscriminado às redes sociais, aulas diversas além das da escola formal, e assim por diante… E onde se encaixam as atividades normais e altamente educativas para a vida, como as brincadeiras na rua (já bem prejudicadas pela falta de segurança atual…), exploração de desafios reais que a vida nos traz, participação na vida familiar (muitas vezes fragmentada e desestruturada), bem como na vida social e cultural, colaboração nas atividades domésticas dentro das possibilidades de cada um, etc.? Se eu me prender no mundo virtual (e conheço muito jovens assim “encarcerados”), o que eu posso aprender para a vida real, cada vez mais complexa? Bem pouco, tenho certeza!
E como os jovens são antenados e bombardeados com grandes quantidades de informação, muitas vezes sem precisão ou objetividade, intuem que seu futuro não deverá ser igual aos de seus avós ou mesmo de seus pais. Isso pode aumentar uma espécie de “inquietude” em relação a ele, pois o percebem confuso… Este fato, misturado à natural indecisão sobre que rumo tomar na vida, pode criar uma sensação de falta de perspectiva, que se não for bem compreendida e trabalhada pelos pais ou responsáveis, pode gerar comportamentos sociais sérios, tais como o uso de drogas, álcool, delinquência, violência, e até mesmo suicídio… Tal fato pode inclusive ter mais incidência naqueles jovens que não estão tendo oportunidade de adquirir as qualificações necessárias à vida neste ambiente complexo que nos oferece a era da informação.
Também pode-se notar um fenômeno que pode ser denominado de “Adolescência Prolongada”, ou mesmo, no extremo, de “Filhos Vampiros”, que cada vez mais é comentado. O que ocorre é que, além do período mais longo de aprendizagem que pode ser necessário para uma melhor integração ao mundo moderno e de trabalho, nota-se uma maior demora da passagem à vida adulta e de trabalho produtivo. Ou mesmo, ao sair de casa, alguns retornam à casa paterna por diversos motivos, tais como maior segurança, inclusive financeira.
Ao ler estas considerações, prezada leitora e prezado leitor, que não esgotam as tendências da juventude atual, pode parecer que o “mundo está perdido”, o que não é de forma alguma a realidade. É apenas a situação atual, que traz, como sempre, grandes desafios e oportunidades para as famílias, sistema escolar e sociedade organizada.
Mas o importante é que tenhamos uma clara consciência de tudo isso! Pois só assim poderemos mudar nossas atitudes e enfrentar esta nova situação, que pode trazer muito frutos aos jovens e à sociedade. Vamos compreender mais essa mudança que já está em pauta, para resolver os problemas que ela nos traz? Então, até semana que vem!
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