Mas que título pretensioso, Mario Augusto! Podem dizer – não me aborreço… É que sou partidário de que raciocinar em melhores métodos de aprendizagem, de modo geral e especificamente em engenharia, é algo que sempre nos faz pensar no que está certo e eficaz, no que está possivelmente dando errado, porque estaria errado e então como tentar fazer melhor… Tema de muitas dissertações de mestrado e teses de doutorado, brilhantes, que dão pena de não terem suas teorias pelo menos experimentadas “em campo”… E aí fico pensando como as crianças aprendem até coisas complexas como a fala, os procedimentos sociais, etc.
Pois é… As crianças aprendem a andar, por instinto, é claro; mas também por imitação, ao verem as pessoas a sua volta caminharem. A falar, por imitação; aos procedimentos sociais, porque são orientados, por exemplo, a comer corretamente com os talheres, e observando os outros fazendo o mesmo. Erram muitas vezes; mas como não têm medo do fracasso, vão em frente e aprendem – não desanimam… Já pensou que isto foi natural em você, e que não sofreu muito para aprender coisas tão complexas (bem, pode ser que tenha levado umas “palmadas” para aprender algo da educação social, mas espero que não guarde ressentimentos disto…). Aí, podemos pensar que o aprendizado pode ser natural e até prazeroso. E elas brincam, brincam muito, e aprendem também muito dos comportamentos usuais da vida, de modo lúdico e natural…
Estariam aqui algumas “chaves” da aprendizagem em engenharia? Seriam elas alegria em descobrir coisas novas, de modo prático e divertido, observando outros, e assim por diante? De fato, o que o engenheiro faz em seu trabalho, dentro do real espírito da profissão? Acho que, de modo simples, isso pode ser esquematizado por:
Ter ideias claras sobre um problema; projetar uma solução, dentro de modernas técnicas; implementar, colocar em prática esta solução; mensurar os resultados, baseado em modernas tecnologias; ponderar sobre eles, e melhorar a solução, se for o caso. E finalmente, aprender com este ciclo para melhorar ainda mais sua atuação profissional neste ou no próximo problema que lhe for apresentado, ganhando assim, cada vez mais, experiência…
Se aceitarmos o que foi exposto até agora como razoavelmente correto, temos alguns pontos de partida para esta e próximas conversas aqui no “Engenharia em Pauta” sobre este complexo assunto da aprendizagem em engenharia. Vamos lá, então?
Comecemos por “ter ideias”. De minha longa prática docente, já percebi que este é um dos grandes problemas, que infelizmente ocorre já no começo do processo citado. Desacostumados a pensar criativamente, ou mesmo a emitir opiniões contrárias ou discordantes em classe, deste os níveis anteriores de sua escolarização, os alunos têm uma dificuldade enorme em exercer sua criatividade. Ao serem provocados, não conseguem “sair fora da caixa”, e avançarem para ideias novas, diferentes, e mais criativas. E não é culpa deles, nem nós devemos por aqui tentar saber de quem é a culpa… Temos é que procurar descobrir meios de como fazer para libertá-los, mesmo que seja um pouco, destas amarras. Eles já são naturalmente criativos, “lá dentro”, e a nós, docentes, cabe a tarefa de provocar esta libertação…
Vamos tentar? Então, até o próximo “Engenharia em Pauta”!
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