Na verdadeira necessidade de conseguirmos com que nossos alunos, ou aprendizes, “saiam da caixa” e comecem a ter ideias bem novas, diferentes e criativas, acho bem útil utilizarmos uma técnica bem eficiente, desenvolvida pela profa. Heidi M. Neck, renomada professora de empreendedorismo no famoso Babson College, em Boston, EUA. Como base desta técnica, ela nos afirma que normalmente pensamos de acordo com nosso dia a dia, e não avançamos no pensamento criativo, pois estamos “amarrados” em nossos paradigmas e nossos modos usuais de ver as coisas. Daí, desse “chão pedregoso”, fica difícil subir para um “céu azul” onde as ideias trafegam e podem evoluir livremente. Daí, ela sugere que, dado um problema, tentemos achar uma solução tendo ideias, conforme ela mesma sugere, “loucas, engraçadas, estranhas, sobrenaturais, mágicas, sem sentido, absurdas, ridículas”. Aí fica mais fácil, depois, descer desta “estratosfera imaginativa” para o “céu azul” desejado, das ideias realmente diferentes e inovadoras.
Permitam-me dar um exemplo: em um seminário que tive o prazer de coordenar, com alunos de diversos níveis em engenharia, a proposta era resolver alguns dos problemas atuais, dentre os quais a poluição. Seguindo a metodologia aqui sugerida, cada grupo iniciava o processo baseando-se em uma figura sobre o problema. A do grupo responsável pela poluição apresentava um tubo de esgoto lançando uma água muito poluída em um rio bem límpido – horrível! O grupo, após uma boa discussão, sugeriu que se virasse a boca do tubo para cima e se esguichasse o “esgoto” para cima, com grande força, até que o jato chegasse à estratosfera ou mesmo mais acima, onde estaria naturalmente bem pulverizado; aí, a ionização natural das camadas superiores da atmosfera o desinfetaria bastante bem. Lógico que não se levou em conta a força necessária da bomba para tal jato, e nem a dispersão dos rejeitos sólidos em sua queda. Mas a ideia real já estava latente: bastaria que, após a filtragem conveniente dos resíduos sólidos, o líquido já livre deles circulasse por um tubo dispondo de um conjunto de lâmpadas especiais para esterilização, como as ultravioletas, e pronto… Bem interessante, como primeira ideia, não? E as outras soluções, para os outros problemas, também “pipocaram”, e foram bem boas… Foi bem divertido e produtivo, embora no começo das atividades os alunos bem que estranharam – mas, depois de boas risadas (bom, não é?), muitas soluções foram concretamente apresentadas…
Mas a médio e longo prazo, desafios de projetos menores, mas inéditos e de concepção diversa do usual, também são muito bons, conforme depoimento de alunos que já passaram por eles. Por exemplo, projetar e construir um protótipo de um veículo movido exclusivamente à água, que não deixasse a água transbordar pelo caminho, tendo que descarregá-la em um ponto de chegada determinado… Já utilizei este método, com mais de dez grupos de alunos, e todos os grupos chegaram a apresentar seus protótipos, todos funcionando a contento. Foi muito produtivo e divertido, pois a apresentação dos protótipos foi pública, com grande torcida… Neste caso, os alunos tiveram que utilizar criatividade em abundancia, fazer pesquisas, construir algo com precisão, etc. Enfim, praticando realmente engenharia.
Fica bom também oferecer alguns desafios em curto prazo, em uma sessão de aulas, ou durante uma semana, com algum benefício ou vantagem para as melhores soluções… Um exemplo: como fazer um produto bem comercial utilizando apenas “post-lits”; quando utilizei este processo uma vez, fui surpreendido, por exemplo, pela proposta de um dispositivo para ensinar matemática básica bem eficaz! Fantástico!
É só usar nossa cabeça e colocar as dos alunos para funcionar também! É bom, eficaz, divertido, e bem motivador para alunos de engenharia!
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