O engenheiro, por sua própria natureza e função na sociedade, é um inovador… Sempre, exercendo uma das profissões mais antigas de nossa sociedade, ele se preocupou em resolver os problemas que se lhe apresentavam, e com vocação e conhecimentos disponíveis, achava as soluções possíveis, e o progresso tecnológico caminhava… E como a base da inovação é o fato de determinar uma necessidade da sociedade, e procurar resolvê-la, vemos aí claramente o paralelismo entre engenharia e inovação.
Outro viés importante da mentalidade “engenheira” é a criatividade. Sem ela, como ele poderá enfrentar um novo desafio que lhe for trazido por uma nova necessidade? Afinal, se é nova, ninguém poderá dizer como resolvê-la… Somente ele, dispondo de seus conhecimentos e experiência, é que poderá embarcar na jornada criativa que lhe trará a possível solução… Junto a ela, temos a curiosidade, também elemento fundamental para o engenheiro – aquele que estaciona, que não pergunta, que não procura enxergar o mundo com olhos de curioso, está fadado à estagnação, e mesmo ao fracasso. A este respeito, adoro o que escreveu Leonardo da Vinci, fantástico engenheiro e inovador:
“Vaguei pelos campos, procurando respostas para coisas que não compreendia. Por que havias conchas no alto das montanhas e vestígios de corais e plantas e algas geralmente encontradas apenas no mar? Por que o trovão dura mais que sua causa e o raio se torna visível no exato momento em que é criado, enquanto o trovão demora a chegar? Como se formam os vários círculos ao redor do ponto em que a pedra cai na água e por que os pássaros se sustentam no ar? Estas perguntas e muitos estranhos pensamentos me ocuparam o pensamento ao longo de toda a minha vida”.
Lindo, não é? E ao longo de sua prolífica vida e carreira ele tentou, mesmo sem os conhecimentos adequados, solucionar muitos destes problemas… E quantas inovações deixou, mesmo que seja no papel, para os que lhe sucedessem pusessem em prática, tais como o helicóptero, o paraquedas, o perfil aerodinâmico das asas dos aviões…
Então, para fornecer uma “receita” de engenheiro, eu colocaria os ingredientes básicos, em minha opinião, que podem ser utilizados em diversas proporções, conforme cada caso:
- Vocação: vontade de fazer coisas novas, de descobrir novos caminhos, de desvelar a natureza, de enfrentar problemas e resolvê-los; gosto pelo estudo e pela atualização tecnológica;
- Conhecimentos gerais e específicos: conhecer as leis básicas que regem o universo, bem como a sua linguagem universal (a matemática que precisar no seu ramo de atuação), e saber os rumos tecnológicos a seguir em sua carreira, para sempre estar atualizado;
- Criatividade: sempre estar questionando-se de como melhorar algo que já é feito rotineiramente, sempre estar procurando novas soluções para antigos e novos problemas, ser sensível às necessidades da sociedade;
- Curiosidade: desenvolver algo parecido com o que nosso colega Leonardo, acima citado, sempre esteve preocupado;
- Ética: para sempre preocupar-se como o bem, presente e futuro, da humanidade.
É lógico que as características de cada profissional melhorarão esta “receita”, que é apenas a básica… Mas os fundamentos estão aí, não é? Então, até a semana que vem…
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