Nos Estados Unidos, o Google enfrenta um processo legal alegando que detém um monopólio no mercado de pesquisas online. Um dos pontos cruciais desse caso é a quantia que a empresa despende para garantir que fabricantes e desenvolvedores utilizem seu mecanismo de busca como padrão. Esse valor, mantido em segredo por muito tempo e apenas estimado, foi finalmente revelado: em 2021, totalizou US$ 26,3 bilhões.
A divulgação dessa cifra ocorreu durante um interrogatório do chefe do departamento de buscas do Google, Prabhakar Raghavan, pelo Departamento de Justiça dos EUA. O juiz do caso, Amit Mehta, solicitou que essa quantia não fosse censurada, visando aumentar a transparência do processo.
O site The Verge contextualizou esse número. A Alphabet, a empresa-mãe do Google, gerou US$ 165 bilhões em receita com publicidade em buscas no ano anterior. O setor de publicidade da empresa, que inclui o YouTube, obteve um lucro de US$ 90 bilhões. Portanto, quase 30% do lucro total é destinado a manter o Google como mecanismo de busca padrão.
Esses fundos são pagos a diversas empresas por meio de contratos que estabelecem o Google como o mecanismo de busca padrão em seus produtos. Isso inclui a Apple com o Safari em iPhones, iPads e Macs, a Mozilla com o Firefox, a Samsung com os navegadores de dispositivos Galaxy, e outras fabricantes, operadoras e plataformas.
A maior fatia dos US$ 26,3 bilhões é destinada à Apple, embora os valores específicos não tenham sido divulgados, estimando-se que a empresa da maçã receba entre US$ 18 bilhões e US$ 20 bilhões.
O Google enfrenta alegações de prejudicar a concorrência devido a contratos bilionários que o estabelecem como o mecanismo de busca padrão, criando um obstáculo à inovação no mercado, de acordo com a linha de raciocínio da acusação. Satya Nadella, CEO da Microsoft, compartilha dessa visão, observando que o Google detém a maioria dos usuários, o que lhe proporciona um volume significativo de dados sobre os termos de busca e o que as pessoas acessam na internet. Esse conjunto de dados possibilita ao Google fornecer resultados de busca mais precisos, aprimorando sua oferta.
Por outro lado, o Bing, da Microsoft, enfrenta uma situação oposta, pois possui uma base de usuários reduzida, o que se traduz em um volume menor de buscas e menos dados disponíveis para refinar seus resultados de pesquisa. Isso o coloca em desvantagem na competição pelo mercado de mecanismos de busca.
O Google, por sua vez, sustenta que possui concorrentes, embora de uma natureza diferente. Prabhakar Raghavan, chefe do departamento de buscas do Google, aponta para o TikTok, o ChatGPT, a Amazon e o Yelp como exemplos de concorrência. Raghavan argumenta que o TikTok, uma plataforma de vídeos curtos, é usada como ferramenta de busca por uma parte significativa da geração mais jovem. Além disso, o ChatGPT emergiu como um possível concorrente, pois poderia teoricamente fornecer informações resumidas sem a necessidade de acessar sites.
O julgamento desse caso está programado para concluir em algumas semanas, e a decisão terá implicações significativas para a indústria de tecnologia e mecanismos de busca.
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