Há algum tempo li o livro Criatividade S.A do autor Ed Catmull. Foi impressionante como esse livro desfez uma imagem de alguém que eu julgava conhecer. Steve Jobs.
Tenho sido um grande admirador dos trabalhos pelos quais Steve Jobs ajudou a Apple a desenvolver, sem contar em como sua volta para a empresa em 1997 a fez voltar ao topo em muito pouco tempo, chegando a se tornar a primeira empresa a atingir o valor de US$235 bilhões em 2011, contra US$1,9 bilhão quando em sua chegada. Em 2022 a empresa alcançaria o valor de US$3 trilhões, se tornando a empresa mais valiosa do mundo [1].
Voltando à história do livro, Ed Catmull não faz em seu livro uma descrição detalhada de Steve Jobs, mas dentre as poucas vezes em que o cita um detalhe nas entrelinhas me chamou atenção.
Quando Steve Jobs comprou a Pixar da Lucasfilm, sua intenção era, inicialmente, trazer a experiência da Pixar para o ramo de supercomputadores da Next, empresa que ele havia criado após sair da Apple. Os negócios de supercomputadores não iam bem, e Ed disse a Steve que o negócio da Pixar era animação, não supercomputadores.
Aí é que a liderança de Steve Jobs, após investir mais de US$54 milhões de seu próprio dinheiro sem ter um centavo sequer de lucro, explodiu. Por não conhecer o ramo de negócio deixou a empresa a cargo daqueles em quem ele confiava, mostrando que liderança também é saber a hora de não interferir nas decisões de quem tem mais competência para tomá-las.
E como deu certo. Steve Jobs sempre estava presente nas reuniões importantes da empresa e principalmente nas negociações estratégicas para o negócio da empresa. Quando um trecho do primeiro filme produzido pela Pixar – Toy Story – foi apresentado a ele, sua visão de negócio foi imediatamente preparar toda a empresa para um IPO – Initial Public Offering – para ser anunciado assim que o filme fosse lançado nos cinemas.
Naquele ano, o IPO da Pixar elevou a empresa a um valor de mercado próximo dos US$1,5 bilhão. Para se ter uma ideia do quanto Steve Jobs confiava e acreditava nas pessoas a quem deu liberdade para tomar as decisões necessárias para o dia a dia da empresa, ele foi o 46° a quem a empresa tivera sido ofertada, sendo o único interessado em adquirir o departamento da Lucasfilm. As mesmas pessoas, os mesmos recursos, a mesma ideia, tinham sido antes rejeitada 45 vezes.
Quantas boas ideias estão sendo rejeitadas todos os dias? Se os empresários não confiarem em suas equipes e não fornecerem a elas o suporte necessário, é muito provável que não tenhamos muitas Pixar para contar a história daqui há alguns anos.
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