Suponhamos que você pudesse escolher entre ser inteligente e ser esforçado, qual seria sua escolha? Embora pareça uma pergunta simples, ela vem carregada de crenças equivocadas que podem induzir a escolha. Talvez, para aqueles cujo valor intelectual seja sinônimo de destaque e sucesso, escolham a inteligência, e para aqueles cujo esforço seja o equivalente à persistência e disciplina, optem por serem esforçados acima de serem inteligentes.
Talvez por cultura, achismos, ou simplesmente, por perpetuação da mesmice, a sociedade esteja inclinada a considerar a inteligência como sinal de que o indivíduo dotado desta habilidade mental seja superior aos demais, ou que ele tenha chances muito maiores de ser bem sucedido. Mas será?
O livro Outliers, de Malcolm Gladwell, nos traz diversos pontos curiosos sobre o assunto. Um deles bastante interessante chama atenção quanto à inteligência. Se você fosse perguntado se, entre um grupo de 100 pessoas escolhidas a dedo com inteligência acima da média, e um grupo, de também 100 pessoas, escolhidas aleatoriamente, em qual deles haveria um maior número de pessoas bem sucedidas, qual seria sua escolha?
Pois foi exatamente uma pergunta parecida que o pesquisador, Lewis Terman, se fez há muitos anos atrás. Em sua pesquisa, ele testou mais de 250 mil crianças, selecionando mais de 1,4 mil. Dentre estas, algumas possuíam QI de 200. Algo bem acima da média do considerado normal, ou seja, entre 100 e 120.
Estas crianças tiveram suas vidas monitoradas até se tornarem adultas. Para decepção de Terman, nenhuma das crianças selecionadas se destacaram acima do padrão, no entanto, 2 crianças rejeitadas em seus testes ganharam o prêmio Nobel.
Certamente você já se deparou com situações parecidas à apresentada. Como por exemplo, aquele seu amigo que abriu uma empresa e não parecia ser tão inteligente, o mesmo com aquele seu amigo que se deu bem na vida como construtor ou consultor, aquele conhecido que dias atrás era um funcionário e se tornou empresário, mas todos eles tinham algo em comum, a consistência para se conseguir o que era preciso, e a coragem para iniciar seu próprio negócio.
Não raro, são os alunos “nota C” os responsáveis por empregarem os alunos “nota A”. Um dos motivos disso ocorrer, é que, na maioria das vezes, estes primeiros passaram por muito mais experiências de desaprovação, resultados ruins e desgostos se comparados aos segundos. Os momentos e situações de revezes costumam preparar as pessoas para circunstâncias desafiadoras mais do que os momentos e as situações de êxito. De uma maneira geral eles – os alunos “nota C” – já conhecem o lado de quando as coisas não saem como planejadas, por outro lado, os alunos “nota A” não conhecem, e na maioria das vezes preferem não arriscar para não se colocarem à prova.
Sendo assim, geralmente, os mais preparados para empreender são aqueles que não temem o “fracasso” e que, vez ou outra, tiveram de se esforçar, dar a volta por cima em mais de uma ocasião e conseguiram. Eles se sentem preparados para qualquer situação. Ao contrário, uma vida de sucesso, sem revezes durante a jornada, não costuma preparar bons empreendedores, pois, estes têm medo de arriscarem seu sucesso já garantido, desconhecem o caminho de quando as coisas vão mal.
Então, se você quer “mastigar vidro em frente ao abismo” – definição de empreender segundo Elon Musk – comece por se comportar como um aluno “nota C”, se arrisque mais, se permita errar, e acima de tudo se esforce. Os revezes são melhores professores que os triunfos.
Se você se perguntou sobre os alunos “nota B”, estes, em sua maioria, trabalham para o governo. Mas isso é assunto para outro artigo.
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