Frutas nativas da Mata Atlântica ganham destaque com produção sustentável e apoio do programa SP Produz
Você conhece o cambuci, a uvaia e a juçara? Essas frutas nativas da Mata Atlântica, bioma que abrange grande parte do estado de São Paulo, vêm ganhando espaço no mercado graças à atuação da Cadeia Produtiva Local (CPL) Frutas Nativas da Mata Atlântica e ao incentivo do SP Produz, programa da Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado de São Paulo.
A iniciativa é liderada pelo Instituto Auá, organização de empreendedorismo socioambiental sediada em Osasco. A missão é clara: valorizar frutas típicas da Mata Atlântica por meio da agricultura familiar sustentável, promovendo o consumo consciente e o fortalecimento da economia local.
Segundo Gabriel Menezes, presidente do Instituto Auá, o grande desafio é popularizar essas frutas pouco conhecidas em um mercado ainda em desenvolvimento. “Hoje distribuímos 12 toneladas de frutas nativas por ano, mas temos capacidade para atingir até 200 toneladas. É fundamental expandir esse mercado”, afirma.
Com o apoio do SP Produz, a cadeia produtiva conquistou avanços importantes, como a aquisição de 50 freezers para comercialização de sorvetes e outros produtos em novos pontos de venda — hoje, já são 70 ao todo. A parceria também permitiu a instalação de painéis solares, gerando uma redução de 85% nos custos de energia das câmaras frias que armazenam frutas congeladas.
Entre os próximos passos está o lançamento de uma nova linha de picolés sem lactose, sem glúten e sem açúcar, voltada ao público que busca opções saudáveis e inclusivas.
A CPL é composta por agricultores familiares localizados ao longo da Mata Atlântica paulista, especialmente na Serra do Mar, Vale do Ribeira e Vale do Paraíba. Atualmente, atende cerca de 250 clientes, incluindo empórios, restaurantes e hotéis que apostam em produtos sustentáveis e de origem local.
Além da produção de insumos como sementes e mudas, os agricultores desenvolvem uma variedade de produtos nativos da Mata Atlântica, como polpas, geleias, sorvetes, licores e cervejas artesanais feitas de cambuci, uvaia e juçara. Um dos principais centros de fabricação é o Recanto Magini, em Parelheiros, na zona sul de São Paulo.
Ricas em vitamina C, antioxidantes e ferro, essas frutas também são utilizadas em receitas criativas como massas de pizza, molhos barbecue e vinagretes.
Preservação da Mata Atlântica com impacto socioambiental positivo

Os parceiros comerciais do Instituto Auá são reconhecidos como Guardiões da Mata Atlântica, por apoiarem pequenos produtores agroecológicos que contribuem para a preservação do bioma. Em dez anos, a iniciativa já plantou mais de 70 mil árvores nativas — incluindo espécies ameaçadas de extinção — e produziu mais de 120 toneladas de frutas nativas.
Entre os principais resultados ambientais está a preservação da palmeira-juçara, conhecida como o “açaí da Mata Atlântica”. A espécie enfrenta risco de extinção devido ao desmatamento causado pela extração ilegal de palmito, e seu cultivo sustentável tem se mostrado uma alternativa eficaz para a sua conservação.
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