Astrônomos chineses recentemente identificaram a menor estrela já registrada até o momento. Localizada no sistema binário TMTS J0526, a estrela possui um período orbital incrivelmente breve de apenas 20,5 minutos, situando-se a aproximadamente 2.760 anos-luz da Terra.
Este binário compreende uma estrela anã branca de carbono-oxigênio, com uma massa aproximada de 0,74 vezes a massa solar, em conjunto com uma estrela ainda menor, pesando cerca de 0,33 massas solares. Os pesquisadores da Universidade Tsinghua, liderados por Jie Lin, descreveram a estrela menor como uma “subanã quente”.
Com um raio meramente sete vezes maior que o da Terra, essa subanã representa o menor volume estelar já observado pela ciência até o momento.
Com um período orbital tão reduzido, este binário está se encaminhando para se tornar uma fonte de ondas gravitacionais, previstas para serem emitidas quando as duas estrelas se fundirem. Essa informação é crucial para futuros observatórios espaciais, como LISA, TianQin e Taiji, que poderão realizar observações sem precedentes no campo da astronomia de ondas gravitacionais.
A descoberta confirma hipóteses teóricas sobre a formação de estrelas subanãs quentes a partir de uma mesma fonte de material, denominada pelos astrônomos como “segundo canal de ejeção do envelope comum”.
De acordo com as teorias, esse segundo canal pode originar estrelas com massas entre 0,32 e 0,36 massas solares, fazendo desta subanã recém-encontrada, com 0,33 massas solares, não apenas a menor já vista, mas também uma das menores possíveis, corroborando os modelos teóricos.
Fusão de hélio em estrela
A distribuição de massa dessas estrelas, originadas da ignição de um núcleo de hélio não degenerado, apresenta contrastes significativos com as estrelas subanãs quentes bem conhecidas, que surgem da ignição de hélio em um núcleo degenerado, com cerca de 0,45 massas solares.
Quando o suprimento de hidrogênio de uma estrela não é mais suficiente para manter a fusão nuclear, a energia estelar passa a ser gerada pela fusão de hélio, resultando na formação de elementos mais pesados como oxigênio e carbono.
Estrelas de maior porte atravessam esse processo sem a degeneração do núcleo, enquanto estrelas menores, em torno de 0,5 massas solares, carecem de uma temperatura adequada no núcleo para a ignição do hélio. No entanto, pode ocorrer um fenômeno conhecido como “flash de hélio”, semelhante ao que parece ter acontecido neste caso específico.
Os modelos teóricos indicam que sistemas compostos por uma subanã quente e uma anã branca podem evoluir para binários extremamente compactos, com períodos orbitais ultracurtos, até mesmo de 20 minutos, devido à emissão de ondas gravitacionais. Antes dessa descoberta, não havia evidências observacionais de tais sistemas binários separados com essas características.
A estrela maior e mais brilhante do binário, visível, sofre deformações devido às forças gravitacionais das marés exercidas pela companheira menor, compacta e menos brilhante, que não é visível diretamente.
Fonte: Inovação Tecnológica
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