Um estudo liderado por um pesquisador brasileiro e japonês apontou a possibilidade da existência de um novo planeta no Sistema Solar, denominado “Planeta Nove”.
Patryk Sofia Lykawka, professor da Universidade Kindai no Japão, e Takashi Ito, do Observatório Astronômico Nacional do Japão, identificaram que o planeta hipotético estaria localizado no distante Cinturão de Kuiper, além de Plutão, e teria uma massa estimada entre 1,5 e 3 vezes a da Terra.
Os pesquisadores destacaram em seu artigo na revista científica Astronomical Journal a previsão de um planeta semelhante à Terra e vários objetos transnetunianos (TNOs) em órbitas peculiares no Sistema Solar exterior, sugerindo que tais observações poderiam servir como evidências testáveis das possíveis perturbações causadas pelo Planeta Nove.
A dupla analisou as órbitas de diversas populações de objetos transnetunianos localizados a mais de 50 unidades astronômicas (ua) do Sol, revelando propriedades intrigantes, incluindo uma população proeminente de objetos transnetunianos distantes com órbitas além da influência gravitacional de Netuno (com periélios acima de 40 ua), uma população significativa de objetos transnetunianos com inclinação orbital acima de 45 graus, e objetos transnetunianos extremos, com órbitas muito peculiares.
“Com base em extensas simulações do sistema solar externo, incluindo um hipotético planeta com massas semelhantes à Terra – testei também várias órbitas para o planeta -, obtive resultados que poderiam explicar as propriedades orbitais das populações do Cinturão de Kuiper distante. Isso sugere um papel vital desempenhado pelo planeta na formação do Cinturão de Kuiper,” detalhou Patryk.
Órbitas do Planeta Nove
Os pesquisadores confirmaram, por meio de simulações computadorizadas, que o atual sistema solar externo, composto apenas pelos quatro planetas gigantes (Júpiter, Saturno, Urano e Netuno), não é capaz de explicar as órbitas observadas. O estudo prevê a existência de um planeta com massa aproximada de 1,5 a 3 vezes a da Terra, localizado além de 200 unidades astronômicas, com três órbitas possíveis, sendo as mais viáveis entre 200-500 e 200-800 unidades astronômicas.
Para avançar na pesquisa, Patryk planeja realizar novas simulações para aprimorar os resultados, refinando a massa e a órbita do planeta hipotético. Além disso, ele busca colaborações em programas de observações para tentar localizar o planeta e as novas populações de objetos transnetunianos previstas.
Possível nova definição
O estudo de Patryk gera um impacto na comunidade científica. Entre as implicações da possível descoberta do hipotético planeta, ele cita alguns pontos importantes: “Primeiro, o Sistema Solar oficialmente teria nove planetas novamente. Além disso, assim como ocorreu em 2006 com a reclassificação de Plutão, precisaríamos aprimorar a definição de ‘planeta’, já que um planeta massivo localizado muito além de Netuno provavelmente pertenceria a uma nova classe. Por fim, nossas teorias do Sistema Solar e da formação de planetas também precisariam ser revistas.”
O pesquisador também menciona que a confirmação de um planea adicional no Sistema Solar impactaria a exploração espacial do Sistema Solar. “A NASA, e possivelmente outras agências espaciais, planejariam futuras missões para explorar esse planeta e o Cinturão de Kuiper como um todo. A descoberta também poderia impulsionar a discussão e a busca por vida extraterrestre em nosso sistema solar,” concluiu Patryk.
Fonte: Astrophysical Journal Letters
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