Nestas considerações sobre inovação que estamos tratando já há duas semanas, parece que só estamos tratando de problemas… Mas é que para iniciar a resolução de um problema, é preciso inicialmente conhecê-lo, não é? Então, vamos para a frente…
Na realidade, um dos dilemas por que passa a inovação em geral nos dias de hoje está bem expresso no interessante livro de Ashlee Vance [1], onde ele coloca um conceito interessante e polêmico, o de que a “Árvore da Inovação” já está bem explorada, só nos restando alguns galhos finos e frágeis a explorar; de certo modo, ele até atribui este fato ao notável declínio de inovações bem notáveis no Vale do Silício.
Se for o caso, temos que descobrir novas árvores, que certamente existem. Na obra citada, o autor coloca que Elon Musk (afinal, o livro é sobre ele…) está procurando explorar algumas destas árvores, como veículos elétricos (Tesla), exploração comercial do espaço (SpaceX), e fontes alternativas de energia. Então existem novas árvores, sim, basta encontrá-las – e com as tecnologias disruptivas que atualmente estão disponíveis, a possibilidade de criar coisas novas é fantástica, desde que saiamos de nossos “nichos” e procuremos trabalhar com visão mais ampla e multidisciplinar. E aqui encontramos um novo problema, pois teremos que sair de nossos modelos mentais já muito arraigados…
Outro ponto interessante a considerar está bem expresso por Walter Isaacson, na sua impressionante obra citada em [2], na qual ele nos faz caminhar por todas as etapas do crescimento da era digital, mostrando que a inovação moderna é fruto de ideias naturalmente sequenciadas de muitos, e não só de um “prof. Pardal” (lembra-se dele?)…
De fato, o Facebook, por exemplo, é apenas um conceito sofisticado do velho álbum de fotografias… E note-se que ele foi sofisticando-se ainda mais na medida em que as necessidades de seus usuários foram aparecendo. Mas, então gerou outras necessidades, e isto foi bom, porque apareceram outros “vinhos velhos em odres novos”; estes então se popularizaram, mudando a sociedade e abrindo novas possibilidades para quem conseguir enxergá-las, com uma visão mais ampla, conforme já citei. Aliás, este conceito de “vinhos velhos em odres novos”, ou seja, novas soluções de problemas já resolvidos, utilizando modernas tecnologias, de certo modo concorda com a metáfora da “Árvore da Inovação”…
Tudo isto nos indica que precisamos urgentemente repensar nossas metodologias de ensino, de educação e mesmo de trabalho. O pensamento linear continua importante, mas o “sair fora da caixa” começa a ser bem mais importante: pensar livremente, trabalhar de forma multidisciplinar e em equipe, procurar descobrir qual o problema real que está atrás de um problema mais fácil de visualizar, passa a ser fundamental. Olhe o caso do Uber, por exemplo; você por acaso imaginou que a “solução taxi” não era perfeita e acabada?
Pois é… Até a próxima semana!
Referências:
[1] VANCE, ASHLEE. Elon Musk – como o CEO bilionário da SpaceX e da Tesla está moldando nosso futuro. Rio de Janeiro, Intrínseca, 2015. 400 p.
[2] ISAACSON, WALTER. Os inovadores – uma biografia da revolução digital. São Paulo, Companhia das Letras, 2014. 575 p.
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