Fraude dos HDs Seagate usados vendidos como novos se torna ainda mais sofisticada
Em janeiro, consumidores de diversos países descobriram que haviam comprado discos rígidos usados da Seagate como se fossem novos. Desde então, a fraude não só continua, como evoluiu: os golpistas agora utilizam técnicas ainda mais sofisticadas para ocultar o uso anterior dos dispositivos.
Como os fraudadores mascaram os HDs?
Quando o esquema foi revelado, descobriu-se que os criminosos manipulavam os dados do SMART (Self-Monitoring, Analysis, and Reporting Technology), sistema que monitora a integridade do HD, para que parecessem recém-saídos da fábrica.
No entanto, uma verificação mais profunda nos registros de FARM (Field Access Reliability Metrics) – outro sistema interno da Seagate – revelou a verdade. Alguns discos analisados possuíam milhares de horas de uso, chegando a casos extremos, como um HD com impressionantes 22 mil horas rodadas.
Inicialmente, checar os dados do FARM parecia ser a solução para identificar fraudes. Mas agora, segundo uma nova investigação do site alemão Heise, os golpistas também estão adulterando essas informações, tornando ainda mais difícil detectar HDs recondicionados sendo vendidos como novos.
Como identificar um HD adulterado?
Se os registros SMART e FARM podem ser manipulados, consumidores precisam recorrer a outros métodos para evitar cair no golpe. Algumas estratégias recomendadas incluem:
Verificar as horas de operação individuais dos cabeçotes de leitura e gravação – Ferramentas como SeaTools (da própria Seagate) permitem essa checagem. Se os valores forem muito altos para um HD supostamente novo, há um forte indício de fraude.
Checar a data de fabricação – Normalmente, um HD novo leva até seis meses para chegar ao consumidor. Se a unidade foi fabricada há anos, há grandes chances de ser um produto recondicionado.
Examinar sinais físicos de uso – Desgastes na carcaça, adesivos danificados ou parafusos com marcas de manuseio são indícios de que o HD pode ter sido reutilizado.
Verificar o adesivo de série e o código de barras – O HD deve ter um adesivo com seu número de série e código de barras. Se estiver ausente ou for ilegível, desconfie.
Escanear o código de barras – Usando um celular, o código deve redirecionar para a página oficial da Seagate, onde constam informações sobre a garantia do produto. Se isso não acontecer, pode se tratar de uma unidade fraudada.
O que a Seagate está fazendo para combater a fraude?
Desde que o esquema foi descoberto, a Seagate iniciou uma investigação interna e passou a orientar revendedores a adquirir HDs apenas de distribuidores certificados.
Além disso, a empresa disponibilizou um canal para denúncias: consumidores que suspeitarem de fraudes podem entrar em contato pelo e-mail fraud@seagate.com e contribuir com as investigações.
Para aqueles que identificarem que compraram um HD adulterado, a recomendação é entrar em contato diretamente com a loja onde a compra foi realizada e exigir uma solução.
O caso mostra como fraudes tecnológicas estão ficando cada vez mais sofisticadas, reforçando a necessidade de atenção redobrada ao adquirir produtos de armazenamento.
Achou útil essa informação? Compartilhe com seus amigos!
Deixe-nos a sua opinião aqui nos comentários.