Desde o crescimento dos drones para uso público, várias armas anti-drones, como brouilleurs de frequência de rádio ou canhões de redes de longo alcance, foram propostas, mas geralmente são menos eficazes contra drones militares. Isso porque esses drones geralmente são protegidos contra interferência de rádio, seja através de sistemas de rádio resistentes a interferência, ou tendo a capacidade de operar de forma autônoma, sem ligação de rádio com um operador.
O sistema Leonidas produzido pela Epirus, uma start-up americana, adota então uma abordagem diferente. O dispositivo emite um feixe de micro-ondas de alta potência que sobrecarrega a eletrônica do drone e provoca sua queda. Enquanto as armas de microondas existentes são, em geral, tão grandes quanto um contêiner de transporte, o Leonidas cabe na traseira de uma pick-up e pode ser controlado com precisão impressionante.
“Nossos sistemas nos dão a possibilidade de ampliar ou reduzir o feixe em qualquer direção para neutralizar alvos inimigos e nada mais”, explica Leigh Madden, CEO da Epirus. A empresa também está trabalhando em uma versão menor da arma, que poderia ser usada por operadores no solo.
Durante uma demonstração para um cliente do governo americano em fevereiro de 2021, o Leonidas abateu 66 alvos (drones) em 66, ou seja, 100% de sucesso. Em alguns testes, ele abateu vários drones de uma só vez, e em outros, ele mirou em apenas um deixando os drones adjacentes intactos, mostrando precisão inesperada para um sistema desse tipo.
Leonidas é baseado em uma rede de transmissores a estado sólido composta por nitreto de gálio. Inicialmente usado em radares militares e mais recentemente em sistemas de comunicação 5G, esses transmissores são mais compactos do que os dispositivos de radar tradicionais e podem ser controlados individualmente para direcionar o feixe de micro-ondas com grande precisão.
Justin Bronk, do grupo de defesa RUSI em Londres, observa que, enquanto as micro-ondas podem ser mais aceitáveis do que rifles ou mísseis para defender áreas populosas, é necessária uma grande precisão. “Em áreas urbanas, há o risco de danificar a infraestrutura elétrica ou queimar os aparelhos eletrônicos das pessoas”, ele explica.
Essa tecnologia promete proteger infraestruturas militares e civis, como aeroportos e estádios. Ela pode permitir contra-atacar ataques massivos de drones, como o que interrompeu a instalação de tratamento de petróleo de Abqaiq na Arábia Saudita em 2019. Muitos países, incluindo China, Rússia, Estados Unidos e Reino Unido, estão desenvolvendo drones capazes de atacar em enxames com o objetivo de submergir as defesas existentes pelo seu número. Portanto, as micro-ondas de alta potência poderiam oferecer a melhor proteção contra esse tipo de ataque.
Achou útil essa informação? Compartilhe com seus amigos!
Deixe-nos a sua opinião aqui nos comentários.