Empresas de telecomunicações europeias estão soando o alarme sobre possíveis sabotagens a cabos submarinos no mar Báltico e no mar do Norte, alertando para riscos significativos à conectividade e a serviços essenciais. Em uma carta aberta endereçada ao Reino Unido, à União Europeia e à Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), operadoras como Vodafone, Telefónica e Orange apontam a Rússia como principal suspeita por trás dos ataques.
“As consequências dos danos a cabos submarinos vão muito além da Europa, com potencial de afetar a internet global, infraestrutura energética, comunicações internacionais, transações financeiras e serviços essenciais ao redor do mundo”, diz o comunicado.
O alerta é o mais recente capítulo de uma crescente preocupação com a segurança das infraestruturas digitais submersas, essenciais para o funcionamento da internet e de redes de comunicação globais.
Danos recorrentes no mar Báltico e no mar do Norte
Desde outubro de 2023, ao menos 11 cabos submarinos no mar Báltico foram danificados, segundo o jornal britânico The Telegraph. Ocorrências semelhantes também foram registradas no mar do Norte. Autoridades europeias suspeitam de sabotagem e indicam a Rússia como principal envolvida, especialmente após a identificação de mais de 50 embarcações russas em áreas com alta concentração de cabos.
O Reino Unido, por exemplo, está monitorando de perto a movimentação do navio russo Yantar, ligado à inteligência do país, que estaria mapeando a infraestrutura subaquática na região.
Em outro episódio, ocorrido em novembro de 2024, investigações apontaram que o navio chinês Yi Peng 3 danificou dois cabos no mar Báltico ao arrastar sua âncora por 160 quilômetros. Acredita-se que a ação tenha sido encomendada pela Rússia, embora o Kremlin negue qualquer envolvimento.
A China também é vista com desconfiança após incidentes semelhantes envolvendo cabos submarinos na região de Taiwan.
Medidas em estudo para proteger a infraestrutura crítica
Diante da ameaça crescente, o Reino Unido iniciou uma investigação sobre sua capacidade de proteger a infraestrutura submarina contra sabotagens. A Otan também acompanha de perto a situação e estuda alternativas de comunicação via satélite para contornar interrupções provocadas por ataques a cabos submarinos.
Contudo, especialistas apontam que a implementação de um sistema satelital confiável pode levar até dois anos para ser viabilizada, caso venha a ser necessário.
A crescente frequência de danos e as suspeitas de ações coordenadas por potências estrangeiras acendem um alerta global sobre a vulnerabilidade das redes que sustentam a internet e os serviços digitais em todo o planeta.
Com informações do Telegraph.
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